Morreu nesta quarta-feira (27), aos 77 anos, o ex-jogador pontepretano José Carlos dos Santos, conhecido simplesmente como Santos e carinhosamente chamado de Santinho, integrante do lendário esquadrão alvinegro campeão da Divisão de Acesso em 1969, que depois se sagrou vice-campeão paulista em 1970, garantindo ao clube a oportunidade de disputar o Campeonato Brasileiro pela primeira vez na história.
Revelado pelo São Paulo, Santos atuava como lateral-esquerdo e vestiu a camisa da Ponte Preta entre 1967 e 1972. Um ano após deixar a Macaca, ele se sagrou campeão paulista pela Portuguesa, em 1973. Depois de pendurar as chuteiras, Santos trabalhou por vários anos como treinador das categorias de base da Ponte.
“Fora de campo, o ex-lateral teve importante papel no processo de revelação e formação de atletas para a Ponte Preta, especialmente durante a década de 80, um dos períodos de maior destaque do clube na base”, destaca o jornalista e escritor pontepretano Stephan Campineiro.
Nascido no dia 26 de julho de 1946, em São Paulo, José Carlos dos Santos morava em Campinas, mas estava internado em uma clínica de Jaguariúna, com a saúde debilitada. O velório dele acontece nesta quinta-feira (28), das 8h às 14h30, no Cemitério Parque Flamboyant, em Campinas.
Sobre o título da Divisão de Acesso de 1969
Pouco mais de meio século atrás, a Ponte Preta conquistou o título da Divisão de Acesso de 1969, equivalente à atual Série A2 do Campeonato Paulista, troféu que a Macaca voltou a erguer na atual temporada, carimbando a vaga na elite estadual.
No entanto, ao contrário deste ano, quando levantou o troféu dentro do estádio Moisés Lucarelli, após vitória nos pênaltis sobre o Novorizontino, o título de 1969 veio com derrota por 3 a 1 para a Francana, diante de cerca de 10 mil pessoas no estádio Parque Antárctica, em São Paulo, sede do quadrangular final do torneio, que também contava com Noroeste e Linense.
Com um elenco formado por 25 atletas, sendo 22 deles revelados no Majestoso, a jovem equipe comandada pelo lendário técnico campineiro Zé Duarte disputou 15 jogos durante a competição, com 13 vitórias, um empate e apenas uma derrota, sofrida justamente no jogo do título, o último da campanha. Mesmo assim, o troféu chegou graças ao saldo de gols superior ao da Francana.
Conhecido como o “Expresso da Vitória”, com média de 22 anos de idade e índice superior a dois gols por partida, aquele time histórico da Ponte Preta contava com jogadores importantes, crias do clube, como Wilson Quiqueto, o 9º goleiro que mais atuou com a camisa da Ponte Preta, com 159 jogos, além do meia Dicá, que marcou seis gols naquele torneio. Ele viria a se tornar o maior artilheiro e também o recordista de partidas do clube alvinegro, com 155 gols em 581 jogos.
Completavam o time titular: Nelsinho Baptista, Samuel, Araújo, Teodoro, Roberto Pinto, Alan (artilheiro, com 10 gols), Manfrini e Adílson. O elenco ainda incluía Pivetti, Joãozinho, Luizinho, Joãozinho, Djair, Maurício, Zezinho, Geraldo Spana, Dagoberto e Sérgio Moraes.
Na época, a diretoria da Ponte Preta era encabeçada pelo presidente Sérgio José Abdalla e o departamento de futebol chefiado pelo histórico dirigente Peri Chaib.
No ano seguinte, em 1970, a Macaca seria vice-campeã paulista, sob o comando de outro lendário técnico campineiro: Cilinho. A Macaca repetiu a dose e também bateu na trave em 1977, 1979 e 1981. Uma década de ouro!