A Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria de Infraestrutura, trabalha na elaboração de um projeto executivo de intervenção nas microbacias hidrográficas do Ribeirão Anhumas (Princesa D’ Oeste) e a microbacia do Córrego Serafim (Orosimbo Maia). A informação foi confirmada neste domingo, em nota oficial, ao Hora Campinas. A nota não menciona prazos ou valores de investimentos.
De acordo com esse projeto, segundo a Prefeitura, “os estudos deverão propor uma série de obras de drenagem urbana, incluindo piscinões, alargamentos e aprofundamentos das calhas hídricas, com o objetivo de obter um melhor e mais eficiente controle das águas pluviais nos momentos de vazantes”. E conclui: “Serão obras de grande proporção, de alto custo e com um período longo para sua execução.”
É a primeira vez que o governo Dário Saadi (Repub) se manifesta sobre a tragédia da morte da representante comercial Denise Gabiatti, de 60 anos, ocorrida na tarde da última sexta-feira (31) após ficar presa debaixo de um carro durante o temporal em Campinas, na Avenida Princesa D’Oeste, esquina com a Rua Joaquim Roberto de Azevedo Marques. O corpo de Denise foi sepultado neste sábado (1), no Cemitério Flamboyant, no Bairro das Palmeiras.
A morte de Denise Gabiatti chocou amigos e parentes. Nas redes sociais, o episódio motivou muitas mensagens de carinho e tristeza. Ela era formada em pedagogia pela PUC-Campinas e chegou a trabalhar também como consultora imobiliária, segundo informações de seu perfil no LinkedIn.
Houve ainda muitas críticas às gestões sucessivas do poder público que não conseguiram resolver de forma definitiva o problema das enchentes na Princesa d’Oeste, como mostrou o Hora Campinas em reportagem neste sábado (1). O clima era de profunda consternação e revolta.
O advogado André Limoli Tozzi, amigo de Denise, postou uma dura cobrança à Administração pública. “Ano de 2021. Por incrível que pareça nossa amiga Denise Gabiatti foi arrastada pela chuva em plena Princesa d’Oeste . Veio a falecer. Impressionante que isso ocorra por mais de 30 anos em Campinas nesse local e nenhum político campineiro vem a fazer algo. Por isso que falo, a política é nojenta. Faz pista de ciclismo e não está nem aí para esse tipo de desgraça. Gasta milhões de reais para uma pista, sabendo que no local há uma estrutura podre”, diz trecho do texto.
Histórico
A segunda morte em menos de três anos na Avenida Princesa d’Oeste, em Campinas, decorrente de uma inundação previsível em épocas de chuvas, como o Verão, é mais um capítulo de uma novela de incúria e atrasos. Há pelo menos duas décadas, gestores públicos, moradores das imediações e comerciantes debatem – e esperam – uma solução definitiva para as enchentes.
O tema é antigo, mas entrou de forma prioritária na agenda da Prefeitura após uma grande inundação ocorrida em 2003, que resultou na morte de seis pessoas, das quais uma no local, um sargento do Corpo de Bombeiros que ajudou no resgate de um frentista. As outras cinco mortes naquele ano (17 de fevereiro de 2003) ocorreram no Jardim Imperador (três membros de uma mesma família), no Jardim Tamoios (uma mulher foi sugada por uma tubulação de esgoto) e no Jardim Melina (um homem arrastado pela enchente).
Agora, o tema das inundações na Princesa d’Oeste está sob a responsabilidade do prefeito Dário e de seus secretários.
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