Em razão de problemas de instabilidade no sistema de dados do Ministério da Saúde – que esta fora do ar desde a última sexta-feira, dia 10 de dezembro por conta de um suposto ataque hacker – a Secretaria de Saúde de Campinas não divulgou dados sobre a pandemia da covid-19, nesta segunda-feira (13).
O apagão, no entanto, tem prejudicado não apenas a divulgação dos números da doença, mas acabou interferindo diretamente na análise da situação epidemiológica na cidade, segundo a avaliação da enfermeira Kamila Belo, do Departamento de Vigilância em Saúde da secretaria municipal de Saúde.
Com números ainda do dia 9 de dezembro – data da última atualização – Campinas estava com 146.607 casos e 4.616 mortos.
“A gente fica no escuro em relação a análise da situação epidemiológica da nossa região. Precisamos entender que há deslocamentos entre os municípios, que Campinas é uma metrópole e é muito grave não ter essas informações e não ter esses sistemas funcionando”, afirmou ela.
O prejuízo só não é maior, diz ela, porque a prefeitura desenvolveu sistemas domésticos, em que se consegue coletar informações e levantar indicadores sem precisar da notificação oficial do ministério.
A secretaria mantém em funcionamento, por exemplo, o sistema de monitoramento de hospitais. “A gente sabe, por exemplo, quantos internados; quem está precisando de ventilação mecânica, enfim, detalhes de todos os hospitais da cidade”, diz ela.
“E também de assintomáticos respiratórios, em que a gente consegue saber quantas pessoas estão com queixas respiratórias; quantos testes a gente está coletando e, enfim calcular a positividade”, explica. Enquanto o sistema não é retomado, as unidades de saúde estão preenchendo os dados em papel que, posteriormente, terão de ser transferidos para os meios digitais.
Vacina
Kamila Belo diz que os problemas do sistema, no entanto, não têm impedido um controle sobre o sistema de imunização da população. Segundo ela, o Estado de São Paulo desenvolveu o Vacivida e as secretarias municipais continuam inserindo o registro nominal de vacinados.
Há, ainda, o Poupatempo Digital, que acaba emitindo a carteira de vacinação. “Então, a gente acabou não tendo um prejuízo muito grande em relação à campanha de imunização”, afirma ela.