A CPI está ouvindo nesta quarta-feira (11) o diretor-executivo da farmacêutica Vitamedic, Jailton Batista. Ele deve falar sobre as vendas do “Kit Covid”, um conjunto de medicamentos sem eficácia comprovada contra o coronavírus
Antes do início do depoimento, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) disse que Jailton Batista, da Vitamedic, será cobrado sobre possível aliciamento do grupo Médicos pela Vida para a prescrição do “tratamento precoce”, que inclui a ivermectina, medicamento produzido pelo laboratório.
Rogério também disse que os próximos depoimentos serão importantes para acrescentar informações sobre a tentativa de intermediação de vacinas para o Ministério da Saúde.
De acordo com relatórios enviados à comissão, apenas as vendas da ivermectina saltaram de 24,6 milhões de comprimidos em 2019 para 297,5 milhões em 2020 — um crescimento superior a 1.105%. O preço médio da caixa com 500 comprimidos subiu de R$ 73,87 para R$ 240,90 — um incremento de 226%.
O requerimento original previa a presença de outro representante da Vitamedic, o empresário José Alves Filho. A convocação dele foi sugerida pelo relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL). José Alves Filho já teve os sigilos telefônico, telemático, fiscal e bancário quebrados pela CPI.
Em ofício enviado à comissão, o empresário argumenta que, como acionista da Vitamedic, poderia responder apenas sobre “investimentos fabris e novas aquisições”. Ele sugere que a CPI tome o depoimento de Jailton Batista, a quem caberia “a administração das rotinas diárias” da empresa.
“Sujo interesse”
O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que quem deveria ser ouvido, conforme o requerimento aprovado, seria o dono da farmacêutica Vitamedic, José Alves Filho, e não o diretor-executivo, Jailton Batista.
“Não era para estar aqui um senhor que não é o responsável. O responsável é o dono da Vitamedic”, afirmou.
O relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que o secretário-executivo da Vitamedic deverá falar sobre o patrocínio da farmacêutica para que médicos receitassem a ivermectina. “Havia um sujo interesse empresarial que precisa ser investigado”, afirmou. (Agência Senado)