O projeto de construção de uma rua na área central de Vinhedo que poderia gerar danos a uma escola, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural da cidade foi abortado pela Prefeitura. A polêmica obra, que passaria por dentro da Escola Municipal Integração e afetaria o espaço físico e a segurança dos alunos, segundo educadores da unidade, foi alvo de críticas. Pressionada, a Administração voltou atrás de sua proposta.
“A obra foi abortada e estão sendo feitos estudos no local para melhorar o embarque e desembarque do transporte de alunos”, informou em nota a Secretaria de Planejamento Urbano.
O anúncio é uma resposta ao alerta feito pela professora Sandra Rio da Escola Integração. Em um vídeo, ela lembrou que uma aluna já morreu atropelada durante o horário de saída e que o risco de acidentes poderia aumentar com a construção da rua, pois haveria um aumento do fluxo de veículos na área. A mãe de um aluno da unidade chegou a organizar um abaixo-assinado para barrar a obra.
O projeto causou polêmica, principalmente depois que a Prefeitura improvisou uma área para os funcionários da escola estacionarem os carros, apontando que as operações poderiam ter início a qualquer momento no final do mês passado. A via seria uma extensão da Rua João Corazzari até a Rua João Ortiz de Camargo e, segundo a Prefeitura, era uma reivindicação do comércio local.
Outro impacto da obra seria no meio ambiente, já que árvores precisariam ser suprimidas de dentro da unidade escolar para possibilitar a construção.
O caso ainda gerou uma denúncia encaminhada pelo vereador Luiz Vieira (PDT) ao Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) do Estado de São Paulo com a alegação de que uma área tombada pelo órgão também seria afetada. A nova rua modificaria a paisagem do Conjunto da Estação Ferroviária, que inclui uma Vila habitada e uma antiga estação de trem, ainda ponto de atividades turísticas. O conjunto fica nas proximidades da Escola Municipal Integração.