Ao menos oito golpistas presos durante os atos terroristas na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), moram em cidades da região de Campinas. Os ataques ocorreram no domingo (8). A lista com 412 nomes de pessoas presas nos ataques foram divulgadas pelo governo do Distrito Federal nesta terça-feira (10).
Na região, há dois moradores de Americana, dois de Sumaré, um de Santa Bárbara d’Oeste, um de Jaguariúna, outro de Campinas e, por fim, um de Mogi Guaçu. São pessoas que trabalham como operador de máquina, autônomo, técnico em logística, manicure, cabeleireira e vendedora.
Não se sabe se esses oito moradores da região já foram conduzidos aos presídios da Papuda (masculino) ou Colmeia (feminino) ou se seguem ainda na Academia de Polícia Federal, para onde os mais de 1,5 mil presos foram levados. No local, segundo a PF e a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, há uma estrutura de cinco tendas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), além de ambulâncias. Os presos estão recebendo alimentação.
No trabalho das autoridades para identificar os participantes e financiadores do ato golpista em Brasília, quase 100 ônibus já foram apreendidos na Capital Federal até esta segunda-feira (9), seis deles com placas de cidades da região de Campinas. Segundo a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, são três coletivos com placas de Limeira, um de Hortolândia, um de Indaiatuba e um de Piracicaba.
Com informações da Gazeta Regional
Veja a lista abaixo. O Hora Campinas identificará apenas com as iniciais os oito presos até que as audiências de custódia e os processos criminais sejam consolidados:
DEPD, 41 anos, morador de Sumaré
GBS, 49 anos, de Sumaré
HWR, 57 anos, morador de Americana
RCBG, 55 anos, morador de Jaguariúna
CGR, 28 anos, moradora de Campinas
EPSS, 37 anos, moradora de Santa Bárbara d’Oeste
MAM, 51 anos, moradora de Americana
MMS, 51 anos, moradora de Mogi Guaçu
Outros identificados
Além dos presos, outros bolsonaristas da região de Campinas participaram da invasão e foram identificados porque usaram as redes sociais para expor os atos extremistas. Entre eles uma ex-candidata a deputada estadual, que destaca que a polícia não dificultou a invasão, e até a diretora de uma escola estadual. Ela apoiou as ações golpistas em Brasília.
Outro usou as redes sociais para agradecer “os patrocinadores” que permitiram a viagem até Brasília. No vídeo, o homem identificado seria se Socorro. Ele agradeceu aos “amigos patriotas” e diz que “muitos patrocinaram com o PIX”.
“Estou me sentindo um parlamentar. O pau tá quebrando (sic), olha lá (mostra o confronto), o pau quebrando lá, tô nem aí, estou de férias. O dinheiro está na conta. Obrigado amigos patriotas, pessoal de Amparo, do QG, muitos amigos patrocinando a gente aí com o PIX”, diz.
Em outro vídeo, um homem que seria um dos líderes do acampamento desmontado na Escola de Cadetes também zomba da democracia e do governo Lula.
Audiências de custódia
O Supremo Tribunal Federal (STF) montou uma força-tarefa para as audiências de custódia de cerca de 700 pessoas presas durante os atos terroristas que vandalizaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Após reunião com o ministro Alexandre de Moraes, que determinou as prisões, ficou acertado que as audiências serão feitas por juízes federais e do Tribunal de Justiça do DF.
Ao determinar as prisões, Moraes mencionou sete crimes que podem ter sido cometidos pelos militantes bolsonaristas, incluindo crimes contra o Estado Democrático de Direito e a soberania nacional.
Segundo a Corte, as audiências estão ocorrendo dentro do devido processo legal, com a presença de advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público.
A Policia Federal informou que 1,5 mil pessoas foram conduzidas para identificação, após serem presas em Brasília. Até o momento, 727 continuam detidas. 599 pessoas foram liberadas, entre elas, idosos, pessoas com problemas de saúde, pessoas em situação de rua e pais acompanhados de crianças.
Com informações da Agência Brasil