Nove cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) estão em situação crítica no que diz respeito à capacidade de investimento, segundo o Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) – estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) – divulgado na sexta-feira (22) e que avaliou todos os municípios brasileiros.
Na região, as cidades de Americana, Artur Nogueira, Cosmópolis, Jaguariúna, Monte Mor, Paulínia, Santo Antônio de Posse, Sumaré e Valinhos, informaram estar com capacidade de investimentos crítica. Os dados são referentes ao ano de 2020.
De acordo com a pesquisa, o indicador de “Investimentos” – que mede a parcela da receita total destinada aos investimentos – registrou 0,6134 ponto. Em Americana, por exemplo, o índice que mede a capacidade de investimento ficou em 0,3887 – menor que o do ano anterior – que foi de 0,4042.
Em Artur Nogueira, o índice até melhorou um pouco em relação a 2019, mas voltou a ficar abaixo de 0,4 no ano passado (0,3462). Na média dos municípios brasileiros, foram destinados 7,1% do orçamento para esse fim.
A Firjan destaca, no entanto, que a pandemia teve forte influência no percentual, já que os investimentos na área da saúde cresceram 34% de 2019 para 2020, na média nacional.
No entanto, a federação chama a atenção para a grande disparidade entre os municípios nesse indicador: 49% foram classificados com gestão boa ou excelente por destinarem, em média, 10,9% da receita para investimentos, enquanto em 51% das cidades esse percentual foi de 4,6%
Dificuldades
No total, 15 cidades da Região Metropolitana de Campinas aparecem no estudo da Firjan como municípios em “dificuldade para investir” ou “dificuldade de liquidez” – que é a relação entre o total de restos a pagar acumulados no ano e os recursos em caixa disponíveis para cobri-los. A cidade de Campinas aparece nestes dois itens.
O Índice Firjan de Gestão Fiscal revelou que 3.024 cidades brasileiras têm situação fiscal difícil ou crítica. No estudo foram avaliados 5.239 municípios que, na média, atingiram 0,5456 ponto. O índice varia de zero a um, sendo que, quanto mais próximo de um, melhor a gestão fiscal.
De acordo com a análise, o quadro é preocupante e a dificuldade de geração de receita pelos municípios é o principal entrave para a melhora das contas públicas.
Na RMC, a única cidade que ficou abaixo da média nacional no IFGF foi a cidade de Cosmópolis, que obteve um índice de 0,4955. Outras três ficaram muito próximas da média nacional – casos de Santa Bárbara D’Oeste (0,5207) Artur Nogueira (0.5298) e Paulínia (0,5693).
Todas as demais estão com índices acima de 0,6. Holambra foi a melhor avaliada na região, com índice de 0,8661, seguida de Indaiatuba, com 0,8594. (Veja o ranking da RMC abaixo)
O que é o índice
O IFGF é composto pelos indicadores de Autonomia, Gastos com Pessoal, Liquidez e Investimentos. O primeiro verifica se as receitas provenientes da atividade econômica do município suprem os custos da Câmara de Vereadores e da estrutura administrativa da Prefeitura.
O segundo representa quanto os municípios gastam com o pagamento de pessoal em relação à Receita Corrente Líquida (RCL); o terceiro (Liquidez) verifica a relação entre o total de restos a pagar acumulados no ano e os recursos em caixa disponíveis para cobri-los no exercício seguinte e o último mede a parcela da Receita Total destinada aos investimentos
Após a análise de cada um deles, cada município é classificado em um dos conceitos do estudo: gestão crítica (resultados inferiores a 0,4 ponto), gestão em dificuldade (resultados entre 0,4 e 0,6 ponto), boa gestão (resultados entre 0,6 e 0,8 ponto) e gestão de excelência (resultados superiores a 0,8 ponto).
Veja o estudo completo no link: https://www.firjan.com.br/ifgf/
Ranking do IFGF da RMC
1 – Holambra – 0.8661
2 – Indaiatuba – 0.8594
3 – Pedreira – 0.8440
4 – Monte Mor – 0.8121
5 – Valinhos – 0.7661
8 – Vinhedo – 0.7168
9 – Americana – 0.7125
10 – Campinas – 0.7032
11 – Jaguariúna – 0.7005
12 – Hortolândia – 0.6867
13 – S. A. Posse – 0.6769
14 – Eng. Coelho – 0.6642
15 – Morungaba – 0.6596
16 – Nova Odesa – 0.6379
17 – Itatiba – 0.6111
18 – Sumaré – 0.6051
19 – Santa Bárbara – 0.5207
20 – Cosmópolis – 0.4955
Fonte: Firjan