Os eleitores das 20 cidades que compõem o bloco da Região Metropolitana de Campinas (RMC) renovaram cerca de 43% das câmaras municipais na eleição deste domingo (6).
Um levantamento do Hora Campinas mostra que do total das 297 cadeiras legislativas, 129 terão a presença de novos vereadores a partir de 2025. O dado, no entanto, não leva em consideração aqueles políticos que já ocuparam cadeiras nas câmaras em algum momento da carreira.
As cidades que mais ‘renovaram’ seus quadros de vereadores foram Artur Nogueira (renovou 9 de 12), Cosmópolis (7 de 12), Engenheiro Coelho (6 de 11), Jaguariúna (8 de 13), Nova Odessa (5 de 9) e Vinhedo (6 de 13).
Um outro dado revela que, apesar de ainda haver uma discrepância significativa da representatividade feminina nas câmaras, esse ano houve um aumento de vereadoras eleitas: foram 41 mulheres contra 33 que estavam na política da RMC desde o último pleito (aumento de 24%).
Em metade dos municípios da RMC houve presença de novas vereadoras. A cidade da região que mais ganhou força feminina foi Jaguariúna, que aumentou de uma para cinco parlamentares. Americana também saltou de três para cinco. Em Campinas, pela primeira vez a Câmara terá cinco vereadoras, com a chegada de Fernanda Souto (PSOL).
“É claro que é representativo essa bancada ter aumentado, no entanto é importante observar que se trata de um número muito pequeno, diante da quantidade de mulheres que estão na vida pública”, observa o cientista político e professor da PUC-Campinas, Vitor Barletta.
As mulheres representam cerca de 13% do total de cadeiras legislativas na RMC. Sem eleger mulheres desde 2020, Paulínia e Sumaré seguirão na legislatura 2025/2028 com suas casas legislativas sendo tocadas por homens.
“Em Campinas, agora com cinco vereadoras em comparação aos 33 que existem, ainda tem bastante espaço para essa representatividade avançar. São alguns passos importantes, mas ainda há muito a melhorar”, avalia.
Renovação
Na RMC, houve uma queda de 18% no número de postulantes ao cargo de prefeito, e de 26% para vereador no comparativo com 2020.
Na análise do cientista político, o índice de renovação na legislatura de muitas cidades foi baixo por conta de alterações na legislação, e por um “acomodamento” do eleitorado com esses candidatos.
Fatores como a redução no número de partidos, a criação de federações partidárias e o limite a candidaturas proporcionais podem explicar uma certa ‘vantagem’ àquele vereador que já ocupava uma vaga, avalia Barletta.
Campinas por exemplo, somente 10 vereadores que foram eleitos são novos na Câmara. Dois deles retornam ao legislativo: Luis Yabiku, que retorna depois quatro anos, e Roberto Alves, que foi vereador em 2016.
Em outra avaliação, o especialista observa que há, ainda, resquícios da polarização nacional, entre partidos de esquerda e direita, nas eleições municipais.
“Em muitos lugares as eleições foram definidas pelos índices de rejeição. Isso serva para a gente imaginar, em termos biológicos dessa disputa, que não há sinais de um enfraquecimento dessa briga. Temos ainda um embate muito forte acontecendo e isso está se refletindo de certa maneira nos resultados eleitorais.