A petrolífera estatal russa Gazprom vai suspender o fornecimento de gás à Bulgária a partir de quarta-feira (27), no mesmo dia em que o primeiro-ministro búlgaro tem previsto um encontro com o presidente da Ucrânia, em Kiev.
“A parte búlgara cumpriu plenamente com as suas obrigações e realizou todos os pagamentos requeridos ao abrigo deste acordo, de forma oportuna, rigorosa e em conformidade com as suas cláusulas”, reagiu a empresa búlgara ao comunicado em que a Gazprom anunciou o corte do fornecimento de gás a partir de hoje.
A Bulgária junta-se assim à Polônia, que também anunciou que a Rússia interromperá o fornecimento de gás a partir de quarta-feira, perante a recusa em fazer os pagamentos em rublos, como exige a administração da Gazprom, controlada por Moscou.
O Governo da Bulgária, cujo presidente tem prevista uma deslocação a Kiev para uma reunião com o seu homólogo ucraniano, garantiu que não há motivo para a população ficar preocupada. “Esse cenário foi discutido em fevereiro e estamos prontos para reagir, há acordos para entregas alternativas, está tudo assegurado”, disse um porta-voz governamental.
A Bulgária, membro da Organização do Tratado Atlântico Norte (OTAN, ou NATO na siga inglesa) e da União Europeia, tem laços estreitos e históricos com a Rússia.
O atual governo, dirigido pelo europeísta Kiril Petkov, não pode enviar material militar à Ucrânia para apoiar o país no seguimento da invasão pela Rússia porque o Partido Socialista, herdeiro do antigo Partido Comunista e próximo da Rússia, ameaçou abandonar a coligação que sustenta o Executivo no poder se as entregas fossem feitas.
No final de março, o presidente Russo, Vladimir Putin, tinha afirmado que os clientes estrangeiros da Gazprom, “hostis à Federação Russa”, deveriam pagar o gás importado em rublos, mas a maioria dos países da União Europeia, incluindo a Polônia e a Alemanha, não aceitou essa exigência.
(Agência Lusa)