A cidade de Salvador, que foi a primeira capital do Brasil, completa 472 anos nesta segunda-feira (29). A capital do Estado da Bahia tem população de cerca de 2,9 milhões de moradores, sendo a quarta maior capital do país, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Seu nome é uma homenagem a Jesus Cristo, o Salvador, de acordo com o cristianismo, religião dos colonizadores católicos do Império Português.
Além das belas paisagens, Salvador é destaque em todo o país por sua gastronomia, música e arquitetura, reconhecidas internacionalmente, também. Sem contar o carnaval que é referência mundial. A influência do continente africano está marcada em diversos aspectos culturais da cidade e a torna o centro da cultura afro-brasileira.
A primeira capital do país preserva um Centro Histórico tombado como Patrimônio Mundial pela Unesco por conta da importância do seu conjunto arquitetônico, paisagístico e urbanístico. Salvador tem mais de 300 igrejas. Duas delas se destacam no Pelourinho: a Catedral Basílica Primacial São Salvador, pela monumentalidade – a igreja foi toda construída em pedra de lioz trazida de Portugal –, e a Igreja de São Francisco, por ter a decoração mais rica em ouro do Brasil. Segundo o historiador Chico Sena, em publicação da Prefeitura de Salvador, a riqueza da capital baiana está justamente em sua multiplicidade de aspectos. “É uma cidade plural, cuja arquitetura tem a convivência de vários séculos de história, possui várias linguagens e vários estilos”.
Tradicionalmente, em épocas normais é comum a realização de festas religiosas, como a de Santa Bárbara, Nossa Senhora da Conceição da Praia, a Festa do Bonfim e de Iemanjá. Em Salvador, o catolicismo convive e tem ligações com as religiões de matrizes afro-brasileiras e a influência africana é fortemente presente na culinária e na cultura, dando origem às moquecas, ao acarajé e a manifestações como o samba de roda e a capoeira.
É impossível não se encantar por Salvador e por seu povo à primeira vista. Mais interessante é que a cidade mantém seus encantos e a cada visita há sempre mais a ser descoberto e vivido.
Uma dica é se hospedar no bairro da Barra, que é muito seguro, boêmio e tem mar calmo. O bairro abriga um forte do século 17, além do Farol da Barra voltado para o mar com ondas boas para o surf. Daquele bairro é rápido e fácil chegar aos vários pontos turísticos da cidade.
O QUE VISITAR
Para quem vai a Salvador é obrigatório fazer os programas turísticos pelo menos uma vez. Então, os principais pontos são: o Mercado Modelo, o Elevador Lacerda que tem uma vista gloriosa da baía de Todos-os-Santos e dá acesso ao Pelourinho. No Pelourinho, a Igreja de São Francisco, com sua rica decoração em ouro é um dos pontos altos. Lá tem várias igrejas de diferentes estilos e a famosa Escadaria do Passo. Vale se perder, pelas ruelas e becos do Pelourinho, mas apenas nas mais movimentadas e policiadas.
Um pouco mais distante, na Praça Sr. do Bonfim, está a Basílica Santuário Senhor do Bonfim, no bairro do Bonfim, que recebe milhares de fieis e tem uma rica arquitetura. Do lado de fora, vale papear com as donas das barracas de artigos religiosos. Elas são donas de uma vasta memória cultural da região. Nesses principais pontos turísticos é preciso paciência e atenção com o assédio de ambulantes.
Além desses pontos já famosos, vale pesquisar aqueles não tão badalados, conhecidos pelos locais e que guardam além da beleza, a história da formação da cidade.
ONDE COMER
A gastronomia de Salvador é rica e em qualquer esquina é possível conhecer os pratos locais e comer bem, mas vale ficar atento às dicas dos locais. No Mercado Modelo, por exemplo, nem todos os restaurantes são bons.
Uma dica muito valiosa é ir até a comunidade do Solar do Unhão, muito próxima ao Mercado Modelo, para experimentar as delícias do Ré-Restaurante da dona Suzana, que tem esse nome por conta da leve gagueira de sua proprietária. Após muitas lutas, dificuldades financeiras e um calote, ela conseguiu abrir o restaurante em 2013. Dona Suzana fama na região com seus pratos, reportagens em jornais e revistas, e é a estrela de um dos episódios do programa Street Food América Latina, da Netflix. O restaurante, que fica logo no início da comunidade, é simples e tem uma vista privilegiada para a baia de Todos-os-Santos. Comer ali, escutando a história de vida de dona Suzana, uma baiana simples, que sustentou toda a família com a ajuda da culinária é uma verdadeira experiência.
O restaurante é frequentado por turistas estrangeiros de diversas nacionalidades, que não abrem mão de sua comida caseira, com muita moqueca de camarão com peixe ou arraia, feijão fradinho, pirão e arroz branco.
A comunidade fica no entorno do Museu de Arte Moderna da Bahia. Após sair do Ré-Restaurante da dona Suzana, vale fazer uma visita.