Quanto vale sua saúde? É com essa pergunta em tom reflexivo que iniciamos essa coluna minha querida leitora, meu caro leitor. Há uma diferença entre preço e valor; preço refere-se a dinheiro, a quanto custa algo, um objeto, uma viagem… Quando pensamos em preço, é muito simples: ou você tem ou não tem dinheiro para comprar o que quer. Aqui podemos pensar na divisão de bens nada democrática que há em nosso país, pois há quem tenha muito e há quem nada tenha, nem comida na mesa para dar aos filhos. Isso não é só em época de pandemia, infelizmente!
Valor é justamente algo que é importante para você, algo que é prioridade.
Quer alguns exemplos? Vamos a eles: você é casada (o), têm filhos e recebe o convite para ir trabalhar fora do país ganhando o triplo do seu salário atual, além de casa e carro dados pela empresa, mas… Você precisa deixar sua família aqui. E aí, o que você faria? Há quem decida no impulso, há quem “coloque as cartas na mesa” e analise os prós e contras sem pressa, há quem não aceite porque considera a família um valor inestimável, mais do que o dinheiro, mais do que o planejamento de um futuro melhor advindo de um sacrifício temporário.
A realidade é que talvez não haja futuro, o que há é o presente e ponto final!
Você tem o sonho de cursar medicina, mas precisa ser em universidade pública, pois não tem condições financeiras de pagar a mensalidade que beira os dez mil. Você tem muitos colegas que adoram bagunça; barzinhos, praias, churrascos. Eles sempre lhe convidam à ir em tais “roles” com eles, por outro lado você tem um caminhão de livros e vídeoaulas pra estudar para com o conhecimento adquirido se sair bem no vestibular e conseguir a tão sonhada vaga em medicina.
Valores: bagunça, amizade, hora feliz vs disciplina, foco, sonho! E aí? Qual seria sua escolha? Que tal ter de escolher num assalto entre salvar seu cônjuge ou seu filho ou filha?
Valores… Valores estão presentes em nossas decisões, são como bússolas que norteiam o que iremos decidir e buscaremos argumentos para justificar a tal decisão.
Feita a introdução, ontem conversava com um amigo de longa data, ele tem bens materiais, acabara de comprar um carro à vista que custa perto de cem mil, porém percebeu alguns sintomas de labirintite, dores de cabeça e chegou na causa: tumor na cabeça! Segundo esse meu amigo o médico lhe disse: “- O cérebro é a parte mais delicada para se mexer, podemos abrir seu crânio e retirarmos o tal tumor, mas são grandes as chances de lhe deixar sequelas irreversíveis, como a perca de movimento dos braços, nas pernas, sequela na fala, dentre tantos outros… O fato é que ele está crescendo rapidamente e você corre risco de vida. Você decide, operamos ou não?”
Ele me disse apontando para o carro: “- Thiago, eu daria este carro para recuperar minha saúde! Todos os meus bens, tudo o que tenho!” Volto a lhe perguntar: quanto vale sua saúde? Em tempos de pandemia li uma história, a de um milionário que morrera com falta de ar, e sua filha havia se pronunciado dizendo: “- Meu pai morreu dependendo daquilo que dinheiro algum compra: o ar!”.
Qual o valor de sua saúde? Talvez com ela você possa se esforçar correndo atrás do que quer, mas sem ela não desfrutaria de toda a fortuna que conquistou… Fica-nos a reflexão.
Thiago Ponte é filósofo e neurolinguísta (PNL)