As Nações Unidas iniciaram na última terça-feira a 76ª sessão da Assembleia Geral. O tema é “Construindo resiliência por meio da esperança – para se recuperar da Covid-19, reconstruir de forma sustentável, responder às necessidades do planeta, respeitar os direitos das pessoas e revitalizar as Nações Unidas”. O novo presidente do órgão, Abdulla Shahid, das Maldivas, assumiu o posto em substituição a Volkan Bozkir, da Turquia.
A abertura acontece uma semana antes do debate de chefes de Estado e de governo. As intervenções deste ano serão em formato híbrido e o foco incide na reconstrução pós-pandemia, sustentabilidade, direitos fundamentais e consolidação da organização
O maior encontro de líderes mundiais reunirá mais de 100 chefes de Estado e de governo no segmento de alto nível. A participação virtual e presencial também marcará diversas reuniões, conferências e encontros paralelos.
O auge da Assembleia Geral ocorrerá essa semana, com a presença dos líderes mundiais.
O 21 de setembro abriga a abertura do Debate Geral com intervenções incluindo a dos presidentes Bolsonaro e Marcelo Rebelo de Sousa, de Portugal. Na sessão do ano passado, o edifício da Assembleia Geral ficou praticamente vazio devido à pandemia, pela primeira vez em 75 anos da organização.
Viagem de Bolsonaro
A ida de Bolsonaro a Nova Iork está sendo marcada por polêmica. É que Bolsonaro não se vacinou (pelo menos tem declarado isso publicamente), o que causou constrangimento à cúpula. Questionados sobre se o presidente brasileiro deveria ser barrado, os organizadores disseram que não, que não poderiam impedir a visita do chefe de Estado, mas que exigiriam o cumprimento de protocolos, como o uso de máscara durante a sua circulação pelo ambiente do prédio da ONU.
Além disso, o constrangimento também se deve pelo fato de o presidente brasileiro ser considerado um dos piores gestores mundiais no enfrentamento da pandemia, com seguidos maus exemplos, como promover aglomerações, desdenhar de máscaras, ignorar a ciência e minimizar a doença. Ele corre o risco de ser responsabilizado no Tribunal Internacional de Haya.
O fato de ele abrir uma assembleia cujo foco é justamente a Covid-19 aumenta a curiosidade sobre o seu pronunciamento. Houve quem defendesse dentro da ONU o veto à parte da comitiva, caso os brasileiros não apresentassem o certificado de imunização. Essa situação está gerando apreensão e dúvidas.
A comitiva brasileira embarca neste domingo. Além de Bolsonaro, os ministros Marcelo Queiroga (Saúde) e Paulo Guedes (Economia) integram o voo.
O avião com a comitiva presidencial partiu da Base Aérea de Brasília por volta das 9h30 e desembarcou no final da tarde deste domingo nos EUA. Nesta segunda-feira, Bolsonaro tem encontro confirmado com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e, à noite, participa de uma recepção oferecida pela representação permanente do Brasil junto às Nações Unidas.
Em seu discurso, Bolsonaro deve tratar do combate à pandemia e de questões ambientais. A previsão é que o presidente embarque de volta ao Brasil na própria terça-feira.
(Agência ONU News, com Agência Brasil e Hora Campinas)