Embora no Brasil haja uma tendência de queda em gestação de adolescentes nos últimos anos, o país ainda está acima da média mundial. Perto de 19 mil nascidos vivos por ano são filhos de mães com idade entre 10 a 14 anos, situação extremamente grave pelo impacto individual e social. A SMCC (Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas) promove nesta próxima quinta-feira (8) um encontro com especialistas como parte da Semana Nacional da Prevenção da Gravidez na Adolescência.
O evento, que acontece na sede da instituição a partir das 19h30, é gratuito e aberto a médicos e profissionais da área de saúde que têm interesse sobre o tema. Para participar, é necessário fazer inscrição prévia pelo link .
Promovido pelo Departamento Científico de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da SMCC, o evento reúne profissionais com expertise que vão discutir o tema em três palestras. A presidente do Departamento de Adolescência da Sociedade de Pediatria de São Paulo, Elizete Prescinotti Andrade, que é pediatra e hebiatra, vai abordar o tema “Impactos da gravidez na adolescência”.
O obstetra Anderson Borovac Pinheiro, coordenador de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital e Maternidade Madre Theodora, será o segundo palestrante, com o tema “Especificidades no pré-natal da adolescente”.
Para finalizar, o coordenador do Departamento Científico de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da SMCC, Dr. Kleber Cursino de Andrade, organizador do evento, fará a palestra Radiologia e Diagnóstico por Imagem: por que o exame do ultrassom é mais complexo na adolescente grávida. A moderação do evento será feita pelo médico ginecologista e obstetra Dr. Douglas Bernal, professor da PUC Campinas.
De acordo com ele, o pré-natal na adolescência merece uma atenção diferenciada. “Há aspectos psíquicos e físicos que precisam ser vistos e são diferentes da mulher adulta”, explica.
“No caso do ultrassom, por exemplo, temos de ficar atentos a algumas patologias que têm maior prevalência na gestante adolescente. O exame do ultrassom também deve ser encarado como uma janela de oportunidades para aumentar o vínculo entre a mãe e filho, além de permitir que a gestante possa expressar suas preocupações e ajudá-la nesse momento especial da sua vida”, completa.
Campinas
Dados divulgados esta semana pela Secretaria de Saúde de Campinas apontam que de janeiro a agosto de 2023, foram registrados 556 casos de maternidade na faixa etária entre 10 e 19 anos na cidade.
Embora o número seja quase 7% menor que no mesmo período do ano passado, quando foram registrados 602 casos, e 17% mais baixo que em 2021, que teve 670 adolescentes grávidas na cidade, os dados ainda são preocupantes.
A Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência foi instituída pela Lei nº 13.798/2.019, com o objetivo de disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da sua incidência. A gestação nesta fase da vida aumenta a prevalência de complicações para a mãe, para o feto e para o recém-nascido. Outro ponto que merece atenção é que a gravidez na adolescência piora problemas socioeconômicos já existentes.