A mulher suspeita de ter praticado ato racista contra a vereadora Paolla Miguel (PT), durante sessão da Câmara de Campinas, deverá depor nesta quarta-feira (17), no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Campinas, onde o inquérito está sendo conduzido.
A mulher foi intimada a depor, depois que o vereador Jorge Schineider (PL) disse na polícia, ter feito o reconhecimento.
Paolla Miguel discursava na tribuna na sessão do dia 8 de novembro sobre um projeto de promoção da comunidade negra e foi chamada de “preta lixo” por um dos manifestantes que estavam nas galerias para pedir a provação de um projeto que extingue o passaporte da vacina. Entre outras coisas, o grupo gritava palavras de ordem como “vacina mata”.
De acordo com Schneider a ofensa contra a vereadora partiu de uma mulher. “Sim eu vi, sim. Para azar dela, eu estava olhando pra ela, porque eles (manifestantes) não usavam máscara o tempo todo, e isso me indignou”, disse o vereador.
“Então eu estava olhando para ela e, infelizmente, tive o desprazer de ver aquela pessoa falar aquela frase”, continuou.
Dois dias depois do ataque, pouco antes da sessão da quarta-feira (10), centenas de pessoas estiveram em um protesto em frente à Câmara.
Representações civis, entidades sociais e partidos políticos levaram solidariedade à vereadora. No dia seguinte ao episódio, Paolla Miguel foi até o 1º Distrito Policial e registrou um boletim de ocorrência. Junto com ela, foram à polícia os colegas de partido, vereadores Guida Calixto e Cecílio Santos, além dos vereadores Gustavo Petta (PCdoB) e Marina Conti (Psol).
No mesmo dia, a Câmara aprovou o requerimento do vereador Pemínio Monteiro (PSB) para a criação de uma Frente Parlamentar Antirracismo.