O Parque Taquaral foi definido como a ‘unidade de manejo’ para abrigar todas as capivaras capturadas nos parques públicos e áreas verdes de Campinas. No local, os animais serão esterilizados, alimentados e posteriormente devolvidos aos pontos de origem.
Os detalhes do processo de manejo e soltura constam no edital que a Prefeitura de Campinas publicou nesta quarta-feira (17), com a finalidade de contratação de empresa especializada, que ficará responsável por todo esse processo. A licitação será na modalidade pregão eletrônico, pelo tipo menor preço, e ocorre no dia 1º de fevereiro.
O censo realizado entre junho e julho do ano passado pela Secretaria do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Campinas contabilizou aproximadamente 170 capivaras, entre machos, fêmeas e filhotes vivendo em pelo menos sete parques.
De acordo com o edital, o valor estimado para captura, alocação em área de manejo, alimentação diária e posterior devolução será de até R$ 1.483.002,00 – um custo de aproximadamente R$ 2,5 mil por capivara, uma vez que o serviço será contratado para o manejo de até 600 animais. Para a esterilização de cada animal o valor é de R$ 2.725,00 e será realizada em um centro cirúrgico.
Os mamíferos deverão ser transportados para o Parque Taquaral em um ‘brete móvel’, e no local de manejo serem alimentados com capim Napier (ou similar), ração para equinos, milho e cana picada. “O manejo deverá ser acompanhado por um médico veterinário, preparado para intervir de imediato caso algum animal se machuque ou mesmo apresente síndroma de estresse aguda”, exige a Prefeitura.
Uma outra empresa deverá ser contratada para realizar os procedimentos cirúrgicos de vasectomia (macho) e salpingectomia (fêmea), e acompanhar esses animais no pós operatório.
A ação está prevista para começar em maio, após definição das empresas, em 10 parques públicos: Lago do Café, Lagoa do Taquaral, Parque das Águas, Lagoas do Comando do Exército, Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim, Lagoa do São Domingos, Parque Ecológico do Jambeiro, Lagoa da Escola de Cadetes, Parque Linear Ribeirão das Pedras e Parque Linear Lagoa do Mingone.
Nesses locais haverá participação direta das secretarias de Saúde, Serviços Públicos, Verde e Desenvolvimento Sustentável e da Sanasa.
Segundo a Prefeitura, o projeto já foi apresentado ao Estado e está em processo de autorização. “A Secretaria do Verde continua interagindo com o Estado para o detalhamento das ações”.
Em nota, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Logística e Infraestrutura confirmou que a Prefeitura de Campinas solicitou autorização em novembro de 2023 para realizar o manejo reprodutivo de capivaras em áreas públicas da cidade.
“Após análise, foram solicitadas à Prefeitura informações adicionais e, até o momento, não houve resposta. Portanto, o processo aguarda manifestação do órgão municipal para dar continuidade à análise e emitir a autorização necessária para o manejo”, informou.
Mortes
O inventário da população de capivaras em parques públicos teve início no dia 21 de junho. Pelo levantamento, foram identificadas 48 capivaras na Lagoa do Taquaral, 28 no Lago do Café, 10 no Parque das Águas, 65 no Parque Ecológico, quatro na Lagoa do Mingone, oito na Lagoa do Jambeiro, e seis no Parque das Pedras, na região do Shopping D. Pedro.
Em junho, a Prefeitura de Campinas anunciou um conjunto de ações de enfrentamento à febre maculosa depois do registro de um surto na Fazenda Santa Margarida, no Distrito de Joaquim Egídio (região Leste da cidade), área com risco de transmissão da enfermidade. A região de Campinas é endêmica para a febre maculosa.
Em 2023 foram registradas 10 mortes por febre maculosa no município. Quatro delas em decorrência de um surto na Fazenda Santa Margarida. Em 2022, Campinas confirmou 11 casos de febre maculosa, com sete óbitos.
Confira a entrevista do secretário do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Campinas, Rogério Menezes
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