Campinas reduziu a taxa de mortalidade infantil para 8,3 a cada grupo com 1 mil bebês nascidos vivos durante o 2º quadrimestre deste ano, entre maio a agosto. Com esse resultado, a cidade voltou a ter dígito único para o indicador após ter finalizado o período de janeiro a abril deste ano em 11,4.
A nova taxa de mortalidade infantil é inferior aos 9,63 contabilizados entre maio e agosto de 2022. A meta estipulada pela Administração Municipal para 2023 é de 9,99.
Os dados foram apresentados por representantes da Secretaria Municipal de Saúde durante uma audiência pública na Câmara dos Vereadores, na última terça-feira (3).
A taxa de mortalidade infantil é um dos indicadores mais usados para medir condições de saúde da população, em especial das crianças com menos de 1 ano, e do Sistema de Saúde Municipal. A meta de Campinas é permanecer sempre abaixo de 10 e, com isso, se aproximar da média entre 8 e 9 alcançada por países considerados desenvolvidos.
Para Andréa Maria Campedelli Lopes, coordenadora da área da criança e adolescente do Departamento de Saúde de Campinas, a melhora na taxa refletiu a eficiência das políticas públicas implementadas pela Prefeitura, entre elas, a qualidade no atendimento às gestantes, campanhas de vacinação e incentivo à amamentação.
Segundo ela, o resultado do primeiro quadrimestre foi influenciado por fatores como o aumento da demanda por UTI neonatal para partos de crianças de risco e outros eventos na faixa neonatal. Andréa enfatizou que Campinas oferece atendimento de referência na região para partos de alto risco, sobretudo quando envolvem bebês prematuros ou com cardiopatias. Além disso, ela ressaltou que a Secretaria de Saúde tem investido em ações para conscientizar a população sobre uma série de assuntos, entre eles, pré-natal e aleitamento materno.
“As unidades básicas de saúde, por exemplo, fazem buscas ativas quando a gestante falta à consulta. Vai atrás, faz uma visita para saber o motivo e remarca. A qualidade do pré-natal impacta bastante para a condução adequada e a gente também investe muito na qualidade neonatal para evitar riscos de óbitos”, explicou.
Outra iniciativa da Administração, conforme a coordenadora, é a promoção de ações para incentivar o aleitamento materno, que contribui para evitar uma série de problemas de saúde da criança e também garante proteção para a mãe contra doenças como o câncer de mama e diabetes tipo 2. “A gestação é um período que inspira muitos cuidados e a vacinação também reflete a qualidade do pré-natal”, destacou.
O atendimento às gestantes pelo SUS Municipal é feito nos 67 centros de saúde. Os nascimentos pela rede municipal ocorrem nos hospitais Maternidade de Campinas e PUC-Campinas, que mantêm convênios com a administração.
Campinas conta desde 2015 com a Casa da Gestante no Jardim Guanabara, unidade de acolhimento para gestantes e puérperas (mulheres até 45 dias após o parto) que estejam em situação de rua com risco de saúde e vulnerabilidade social. A capacidade é para 20 mulheres e crianças, e o centro de saúde de referência é o do Jardim Eulina.
Já pela rede estadual, os nascimentos ocorrem no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism), na Unicamp.