A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (30) em Campinas a Operação Wolfie, com o objetivo de apurar uma tentativa de fraude ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no total de R$ 300 milhões.
Três mandados de prisão preventiva foram cumpridos na cidade, que também foi alvo de um mandado de busca e apreensão, assim como em Hortolândia, todos expedidos pela 9ª Vara Federal de Campinas.
A investigação teve início a partir de documentos apreendidos na Operação Concierge, deflagrada em 28 de abril de 2024.
A análise de dados constatou que uma fintech (banco digital) investigada havia protocolado um pedido de financiamento junto ao BNDES dias antes do início da operação.
O objetivo era a aquisição de um serviço financeiro autorizado pelo Banco Central (Bacen), de acordo com as apurações da PF.
O pedido foi instruído com documentos falsos fabricados pelo dono da fintech em conjunto com seu contador e um lobista, que seria o responsável por suposto lobby junto ao BNDES para aprovação.
O pedido foi negado dias depois do começo da operação.
Os investigados responderão pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso, associação criminosa, obtenção de financiamento mediante fraude e advocacia administrativa, cujas penas máximas somadas ultrapassam 25 anos de prisão.
O nome da operação (Wolfie) decorre da forma como um dos investigados referia-se ao lobista durante as tratativas.
Segue abaixo posicionamento do BNDES enviado ao Hora Campinas
“Sobre os desdobramentos da Operação Concierge, deflagrada nesta quarta-feira (30), informamos que os mecanismos de controle e de governança do BNDES identificaram a tentativa de fraude. Com isso, a suposta fintech não foi habilitada e não houve nenhuma liberação de recursos.
O BNDES possui rigorosos e consolidados mecanismos de controle e compliance, que fazem com que a instituição tenha um índice de inadimplência muito menor do que todo o sistema financeiro.
Por fim, o BNDES parabeniza a Polícia Federal, que mais uma vez atua na defesa republicana do interesse público. O BNDES permanece à disposição da Polícia Federal, com que tem uma parceria estratégica, para colaborar com todas as informações que tiver disponíveis.”