Após dois anos e três meses, o torcedor do Guarani volta a acompanhar um Dérbi no estádio Brinco de Ouro da Princesa, neste sábado (19), a partir das 20h30, pela 8ª rodada do Campeonato Paulista. Em razão de determinação do Ministério Público que vigora desde 2018, a partida será realizada com torcida única devido às brigas que já ocorreram no passado.
Apesar da má fase do Bugre, que venceu apenas dois jogos em 2022, além de ter empatado uma partida e sofrido quatro derrotas, os alviverdes apaixonados não deixam de apoiar o time do coração e a expectativa é de bom público para acompanhar de perto uma das maiores rivalidades do futebol brasileiro.
O bugrino Beto Toledo, de 42 anos, é um dos torcedores fanáticos que assistiram de perto o último Dérbi com presença de torcida, no dia 9 de novembro de 2019, antes da pandemia de Covid-19. Ele volta ao estádio na tarde de hoje para novamente acompanhar o clássico campineiro, dois anos e três meses depois.
“O sentimento é como o de uma conciliação. Apesar do time não estar bem, o Dérbi é um jogo diferente, um acontecimento que mexe com a paixão do torcedor como se fosse uma final. Normalmente, eu vou ao estádio porque gosto da atmosfera do jogo. No Dérbi de março de 2020, o primeiro com portões fechados, eu fiquei com o ingresso na mão. Agora, vou poder estar lá e, de quebra, levar meu filho, hoje com seis anos”, comemora o torcedor bugrino Beto Toledo, que deve assistir à partida no Tobogã Superior ou Inferior.
Apaixonado pelo Guarani, Beto Toledo guarda recordações do último Dérbi com torcida antes da pandemia da Covid-19, que terminou empatado por 0 a 0, em jogo válido pela 34ª rodada da Série B de 2019. A partida, no entanto, não teve alto nível técnico e não deixou as melhores lembranças.
“Aquele jogo foi, talvez, o pior Dérbi que eu já vi, junto com um outro de 1999. Estive nos dois. Por coincidência ou não, ambos ficaram marcados por violência fora e dentro do estádio, lamentável. Esta é a parte negativa do clássico. Lembro que os dois times tiveram poucas chances, estavam com medo de perder e o 0 a 0 refletiu bem isso”, lamenta.
A torcida de Beto Toledo pelo Guarani vem desde a infância e sua primeira presença no Brinco de Ouro da Princesa aconteceu em 1987. O torcedor conta como foram os primeiros anos acompanhando de perto o time do coração e também relembra o primeiro Dérbi que assistiu no estádio.
“O primeiro jogo que eu tenho lembrança no Brinco foi a final do Campeonato Brasileiro contra o São Paulo, em 1987, mas não tenho muitas recordações. Em 1992, comecei a ir com mais frequência e não parei mais”, destaca o torcedor.
“Meu primeiro Dérbi foi na casa do rival, em 1993, quando eu tinha 13 anos. O Guarani ganhou por 2 a 1 e teve gol do Luizão. Isso faz muito tempo e não lembro tão bem do jogo em si. Fiquei meio bobo olhando para as torcidas e pouco assisti ao jogo, mas fui pé quente”, destaca o bugrino.
Beto Toledo afirma que, entre 1993 e 2019, deixou pouquíssimas vezes de acompanhar o Dérbi no estádio. Além das partidas com torcida única no Moisés Lucarelli por causa de determinação do Ministério Público, o torcedor ficou fora da arquibancada em apenas um clássico antes da pandemia da Covid-19.
Frequentando o estádio com frequência há 30 anos, Beto inicialmente acompanhava os jogos com o pai e os amigos. Os anos se passaram e o torcedor conta que atualmente costuma ir junto com os filhos e também com o sogro. Com tantas histórias que já viu de perto, o bugrino destaca quais Dérbis foram os mais emblemáticos. O clássico que levou o Guarani à final do Campeonato Paulista e teve Medina como estrela, no dia 29 de abril de 2012, não sai da memória, mas uma outra partida é ainda mais marcante para o torcedor.
“Normalmente, as pessoas respondem que o Dérbi mais marcante foi o da semifinal de 2012, mas para mim foi o Dérbi da Valsa, em 2001. A saída do estádio foi muito marcante e ainda tinham as duas torcidas. Isso fazia a diferença”, valoriza Beto.
O confronto de 2001 entre Guarani e Ponte Preta ficou conhecido como Dérbi da Valsa pelo fato de o Bugre ter vencido a Macaca por 2 a 1 e alcançado a marca de 15 anos sem ser derrotado pela rival. Os gols do Alviverde foram marcados pelo atacante Marcinho e pelo meia Renato Abreu, enquanto o centroavante Washington descontou para a Alvinegra. Ao final da partida, o sistema de som do Brinco de Ouro tocou uma valsa em provocação à Ponte por conta do tabu de 15 anos sem vencer o Guarani.
Ingressos
Para a partida da noite de hoje, os ingressos ainda estão disponíveis para o torcedor bugrino. As entradas estão sendo comercializadas de forma on-line pelo site www.meubilhete.com e a venda física acontece na bilheteria principal do Brinco de Ouro da Princesa, das 8h até o horário da partida.
Por recomendação do governo do estado de São Paulo, devido às restrições da pandemia da Covid-19, a capacidade do Brinco de Ouro da Princesa está limitada a 70% nesta partida (12.719 torcedores) e alguns protocolos precisam ser seguidos.
Para os setores do Tobogã e Cabeceira Sul, os ingressos custam R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia). No Tobogã Inferior e nas Vitalícias, os bilhetes são vendidos a R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia).
Pela internet, não são vendidos ingressos de meia-entrada. Eles estarão à disposição apenas nas bilheterias e mediante comprovação do direito do benefício – estudantes, aposentados, professores da rede pública e sócios do clube.
O Guarani ressalta que as Vitalícias podem ser ocupadas apenas por proprietários de cadeiras, camarotes, sócios patrimoniais e participantes do Sócio Campeão cuja modalidade permita acesso às Vitalícias – demais torcedores que desejarem assistir ao jogo no setor precisam adquirir o cartão de acesso no valor de R$ 30 (além de comprar o ingresso). Torcedores que participam do programa Sócio Campeão têm direito à entrada sem necessidade da apresentação do ingresso – a carteirinha do programa já garante o acesso.
Para este jogo, ainda não será realizada a troca de ingressos do Dérbi de março de 2020 que teve ingressos comercializados, mas acabou realizado com portões fechados. O Guarani pretende realizar essa troca quando for autorizada presença de 100% do público no estádio.