Um homem de 36 anos que estava dentro de um carro atingido pela queda de uma árvore de grande porte morreu na manhã desta quarta-feira (28), em Campinas. Ele passava com o veículo pela Rua General Marcondes Salgado quando o imenso tronco atingiu em cheio o carro. A árvore estava na área interna do Bosque dos Jequitibás, e provavelmente caiu por conta do solo encharcado. Raízes pouco profundas e o peso da copa decorrente do excesso de água podem explicar a queda.
Agentes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros atenderam o chamado. Quando as equipes conseguiram chegar ao veículo, observaram o homem sem vida. A identidade da vítima foi confirmada no final da manhã: Guilherme da Silva, técnico em eletrônica.
Conforme a Prefeitura de Campinas, o motivo para a queda da figueira branca, de cerca de 35 metros, já está sendo investigado pelo corpo técnico da Secretaria Municipal de Serviços Públicos. “Aparentemente, em uma análise inicial que a equipe técnica realizou, a árvore estava saudável, sem sinais visíveis de doenças. Mas será realizada uma perícia e um laudo por uma junta de engenheiros agrônomos e florestais do Departamento de Parques e Jardins (DPJ)”, explica o secretário Ernesto Paulella.
Estão sendo coletadas partes da árvore que serão enviadas para análise do Instituto Biológico e no Instituto Agronômico de Campinas (IAC) para apurar a possível presença de patógenos (doenças), que possam ter contribuído para fragilizar a estrutura.
A queda da árvore fez também romper cabos de energia na rua. Todo o entorno do Bosque está sem luz na manhã desta quarta-feira. A Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) trabalha para restabelecer a energia. O prefeito Dário Saadi lamentou a morte.
Rios que cortam a cidade, como o Atibaia, já transbordaram em alguns trechos. O bairro Nova Sousas registrou alagamento. O Rio Capivari está prestes a transbordar. A Defesa Civil monitora os mananciais e as áreas de risco.
Estado de Atenção
Campinas entrou em Estado de Atenção na manhã desta quarta-feira, 28 de dezembro, pelo excesso de chuva registrado nas últimas horas. O índice pluviométrico (que mede chuvas acumuladas) nas últimas 72 horas chegou em 149 milímetros até as 9h de hoje.
Segundo o coordenador da Defesa Civil do município, Sidnei Furtado, o esperado era que fossem registrados 155 milímetros até a próxima sexta-feira. “Quando ultrapassa os 80 milímetros acumulados já é considerado Estado de Atenção porque aumenta muito o risco de alagamentos, quedas de árvores, deslizamentos, desabamentos e quedas de muros. A Defesa Civil intensifica as vistorias preventivas em locais considerados de risco”, explica.
A saturação do solo pelo grande volume de água acumulada amplia os riscos de deslizamento de terras e desabamento de imóveis, por isso, podem também ser realizadas interdições preventivas em decorrência das vistorias preventivas das equipes da Defesa Civil.
O Plano de Contingência trabalha com quatro níveis de alerta e cada um deles desencadeia uma ação específica. São os seguintes: nível 1 – Estado de Observação, quando chove até 80 milímetros (mm), e há um acompanhamento dos índices pluviométricos; nível 2 – Estado de Atenção, quando o índice pluviométrico fica acima de 80,1 mm e são realizadas vistorias de campo em áreas de risco; nível 3 – Estado de Alerta, com remoção preventiva da população das áreas de risco iminente indicadas pelas vistorias; nível 4 – Estado de Alerta Máximo, deflagra a remoção de toda a população que mora em áreas de risco.