O Ministério da Saúde considera a antecipação de uma nova campanha de vacinação contra a Covid-19 em virtude da confirmação do primeiro caso da variante Kraken no Brasil, identificado na cidade de Indaiatuba. A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, afirmou, no entanto, que a prioridade no momento é completar o esquema vacinal de adultos.
“Recebemos a informação de que a variante está circulando e a amostra é de novembro. Vamos discutir com a Câmara Técnica. O que temos sobre a nova variante é a alta transmissibilidade e queremos retomar esses esquemas vacinais com pessoas com dose em atraso”, finalizou a secretária.
A Secretaria de Saúde de Indaiatuba confirmou o primeiro caso da variante XBB.1.5 (Kraken) da Covid-19 no Brasil. O caso foi registrado em novembro do ano passado, mas o resultado do sequenciamento genético pedido pelo laboratório particular onde a paciente realizou o teste foi comunicado apenas na tarde de quinta-feira (5). A Kraken pode ser a variante mais transmissível da Ômicron até o momento.
A paciente de Indaiatuba é uma mulher de 54 anos, com histórico de viagem aos Estados Unidos em outubro do ano passado.
Ela relatou sintomas gripais leves, fez isolamento domiciliar e recebeu alta no mesmo mês. Todos os contactantes familiares não apresentaram sintomas da doença, segundo informou a secretaria de Saúde de Indaiatuba.
Desde então o município não notou um aumento no número de casos e nem em novas internações, afirmou a Prefeitura. A Secretaria de Saúde orienta que a população mantenha o esquema vacinal em dia, disponível em todas as Unidades de Saúde de segunda a sexta, das 7h30 às 16h30.
Variante
A XBB.1.5, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, mais que dobrou sua representatividade nos casos de Covid-19 nas últimas quatro semanas, passando de cerca de 4% para 41% de novas infecções no mês de dezembro no país.
Kraken era uma espécie de lula, que ameaçava os navios na mitologia nórdica
“A XBB.1.5, uma recombinação das sublinhagens BA.2, está aumentando na Europa e nos Estados Unidos, foi identificada em mais de 25 países e a OMS está monitorando de perto”, disse o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
É uma subvariante da Ômicron, que evoluiu da XBB e, calcula-se, tenha surgido nos Estados Unidos. Especialistas americanos apontam também que a XBB.1.5 pode ser mais difícil de neutralizar por anticorpos. Superou em número variantes como Alfa, Beta, Gamma e Delta.
A maioria das pessoas contaminadas, que já estão imunizadas, apresenta sintomas leves, semelhantes aos do resfriado.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a XBB.1.5 tem uma “vantagem de crescimento” sobre outras subvariantes vistas até agora.