O Verão começou às 12h59 desta terça-feira (21) no Hemisfério Sul e vai durar até 20 de março de 2022. Nesse período, as chuvas devem ficar abaixo da média esperada para o período, assim como as temperaturas devem ter variação, abaixo e acima da média, segundo o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri).
“O Verão será de chuvas de normal a ligeiramente abaixo da média para o período. São esperadas alta variabilidade espacial e temporal para as chuvas”, diz Ana Ávila, pesquisadora do Cepagri.
De acordo com Ana, fevereiro deve ser o mês com precipitação mais abaixo do esperado, o que pode acentuar o calor.
“O maior déficit é esperado para fevereiro e, consequentemente, a temperatura poderá ser maior. De forma geral, (espera-se) alta variabilidade também na temperatura, ou seja, dias com temperatura de normal a abaixo da média e dias quentes e secos, mais quentes que a média”, alerta.
“Até agora estamos com 924mm e a média anual é de 1.433mm. Poderá ser o sexto Verão consecutivo com chuvas abaixo da média esperada”, reforça.
Chuvas
As precipitações vêm de seguidos meses com resultado abaixo do esperado. Segundo o Cepagri, na primeira quinzena de dezembro choveu apenas 34mm, o que representa 16% do total esperado para o mês todo. O volume médio é de 209mm, que, segundo a pesquisadora, é improvável que seja atingido nessa segunda quinzena.
O mês de novembro também teve chuva bem abaixo da média. Segundo o Cepagri, foram registrados 87,2mm de precipitação, quando o esperado eram 167,2mm, ou seja, choveu apenas 52% do previsto. Ainda segundo o órgão, foi o novembro mais seco desde 2013.
De acordo com Ana Ávila, estamos em um ano com ocorrência do fenômeno La Niña, que é um evento climático natural que ocorre no Oceano Pacífico, resfriando as suas águas e alterando a distribuição de calor e umidade em várias partes do planeta.
“A La Niña tem um efeito nessa época do ano, na Primavera, com a redução do volume de chuva aqui na nossa região”, explica.
O verão é marcado por altas temperaturas, dias mais longos que as noites, que as noites, além de mudanças rápidas nas condições de tempo, como chuva forte, queda de granizo, vento com intensidade (moderada a forte) e descargas elétricas.
De acordo com o prognóstico climático divulgado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as chuvas no Verão serão acima da média na maior parte do país, com exceção do extremo sul do Rio Grande do Sul, nordeste de Roraima e leste do Nordeste.
Segundo o boletim, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas serão ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no Norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é a responsável pela ocorrência de chuvas.
Em média, os maiores volumes de precipitação podem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1.100 mm.
De acordo com o prognóstico, há uma probabilidade superior a 60% de que se mantenha o fenômeno La Niña durante o Verão, podendo atingir a intensidade de moderado entre este mês de dezembro e janeiro de 2022.