O vereador bolsonarista Nelson Hossri (PSD) publicou em suas redes sociais uma notícia falsa sobre o caso em que o presidente Jair Bolsonaro teria levado uma facada de Adélio Bispo durante a campanha eleitoral de 2018. Hossri republicou uma suposta capa de uma revista semanal, segundo a qual Bispo teria prestado um novo depoimento à Polícia Federal e teria responsabilizado o PT pelo alegado ataque ao presidente.
Nesta terça-feira (15), a PF informou ao Hora Campinas que não existiu o depoimento citado na suposta reportagem.
A publicação de Hossri foi feita na tarde de segunda-feira (14) e até o começo da tarde desta terça-feira, tinha 140 interações, além de 71 comentários e 21 compartilhamentos.
Em outubro do ano passado, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), cassou o mandato do deputado estadual Fernando Francischini (PSL-PR) pela disseminação de informações falsas sobre fraudes nas urnas eletrônicas.
O vereador foi procurado pela reportagem e, num primeiro momento, disse que iria apagar a publicação, mas isso não havia ocorrido até a publicação desta reportagem.
Ao ser alertado pelo Hora Campinas de que a notícia que publicara era falsa, Hossri reagiu. Disse que o link da agência de checagem de notícias (aosfatos.org) enviado a ele pela reportagem, também poderia ser falso.
Afirmou ainda que o material postado em sua conta no Facebook, “era de um jornal registrado”. Na publicação, no entanto, não aparece o nome do jornal citado pelo parlamentar.
Hossri garante que checa as informações que torna públicas e que não produz nem espalha fake news.
Corregedor
O corregedor da Câmara de Campinas, vereador Rodrigo da Farmadic (União), afirmou que só poderá abrir algum tipo de investigação – como um processo por quebra de decoro, por exemplo – se for “provocado”, o que não ocorreu até o momento.
O corregedor disse, no entanto, reconhecer que a disseminação de fake news é crime.
Rodrigo da Farmadic disse que pretende alterar o regimento interno da Casa, de forma que possa prever penalizações intermediárias. “Hoje, a única punição possível é a cassação. Não temos, como acontece na Alesp (Assembleia Legislativa de SP), por exemplo, a possibilidade de suspensão de mandato ou mesmo uma advertência”, justifica-se.
TSE
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o WhatsApp firmaram nesta terça-feira (15) memorando de entendimento para a coordenação de esforços no combate à disseminação de desinformação no processo eleitoral de 2022.
O objetivo é estabelecer parceria com o WhatsApp até o dia 31 de dezembro de 2022 para o enfrentamento da desinformação divulgada contra o processo eleitoral, principalmente para garantir a legitimidade e a integridade das Eleições Gerais de 2022, em outubro.
Pelo acordo, o WhatsApp se compromete a implementar ou a auxiliar a implementação de uma série de iniciativas para a difusão de informações confiáveis e de qualidade sobre o processo eleitoral, como o acesso de inteface à Business Application Programming Inteface (“API”) do aplicativo e o desenvolvimento em conjunto de stickers sobre eleições para serem veiculados no app.
Além disso, segundo o memorando de entendimento, o WhatsApp deve auxiliar a implementação de algumas ações para a rápida identificação e contenção de casos e práticas de desinformação.
Entre elas, está a criação de um canal de comunicação extrajudicial não vinculativo para a denúncia de conteúdos que veiculem desinformação relacionada ao processo eleitoral.
Outra iniciativa é o aperfeiçoamento do chatbot desenvolvido para as eleições de 2020. Para este ano, o chatbot deverá ter envio de mensagens proativas, assim como aumento nos serviços disponíveis. (Com informações do TSE)