O vereador Zé Carlos (PSB) oficializou na manhã desta segunda-feira (31) seu pedido de renúncia da presidência da Câmara de Campinas. Assim, a vereadora Débora Palermo (PSC) assume em definitivo a Mesa Diretora da Casa para cumprir o mandato até o dia 31 de dezembro de 2022. O ex-presidente continuará a exercer seu mandato como parlamentar.
Investigado por suspeita de comandar um esquema de cobranças de propina junto a empresas que prestam serviços à Câmara, Zé Carlos havia se afastado da presidência temporariamente no dia 26 de setembro. Ele alegou, na ocasião, que precisaria cuidar de sua defesa e saúde. Seu retorno ao comando da Casa estava marcado para acontecer hoje (31).
Durante o período de afastamento, com o início dos trabalhos da CPI, em investigação paralela ao do Ministério Público, o advogado Ralph Tórtima Filho anunciou que seu cliente iria renunciar ao cargo, posição confirmada agora. Segundo Tórtima Filho, a renúncia tem como objetivo “não interferir no processo de investigação e deixar os vereadores à vontade” no trabalho de aprofundamento nos contratos celebrados pela Câmara.
CPI
As oitivas da CPI começaram na semana passado. Na última quarta-feira (27 de outubro), o empresário Celso Palma, do Grupo Mais, empresa que opera a TV Câmara, confirmou o que já tinha afirmado em depoimento ao Ministério Público. Ele disse ter sido pressionado por Zé Carlos e o então assessor Rafael Creato a liberar dinheiro para que o contrato da empresa fosse mantido.
As conversas foram gravadas pelo empresário e divulgadas pelo MP. Creato pediu exoneração do cargo de subsecretário de Relação Institucionais no dia 27 de setembro.
O segundo depoimento da CPI será do vereador Marcelo Silva (PSD), às 14h desta terça-feira (1), no Teatro Bento Quirino, com transmissão do vivo da TV Câmara. Silva foi procurado por Palma depois que o empresário gravou as conversas e o vereador teria intermediado os encontros com o MP.