Para falar com profundidade sobre um tema tão complexo como a violência nas escolas será preciso olhar como estamos nutrindo e desnutrindo a raiz. Quando falamos de árvores, falamos de suas belas folhas, seus largos troncos, seus galhos e de suas raízes – de onde é provido os nutrientes para que a árvore cresça forte, bonita ou que pereça… A nossa sociedade não se faz diferente. A história nos constrói, ela é a nossa raiz e nos (des)nutre.
Quais são as raízes dos nossos atuais problemas? Com e de onde surgiram tamanhas violências? Por que estamos colhendo esses frutos?
O Brasil viveu 388 anos de escravidão, de violência – impactando vidas até hoje! São décadas violentando inúmeras formas de vivências. Quatro anos, onde a violência foi normalizada, líderes mundiais incentivando o uso de armas, a tortura e a erradicação dos direitos humanos. O momento das consequências – o tempo de colher chegou.
Os desafios de convivências são nítidos, os anos de isolamentos desencadearam a dificuldade em lidar com as diferenças e a forma que nos relacionamos com pessoas.
As escolas são os maiores reflexos desse desencadeamento, segundo uma pesquisa feita pela Nova Escola – seis e cada dez professores relataram que os alunos retornaram mais violentos. Além dos ataques às vidas, que nasceram de uma raiz enfraquecida.
O olhar aguçado para o cuidado e o zelo pelo bem-estar integral do coletivo, torna-se de extrema importância – para todos nós – estudantes, educadores, responsáveis, sociedade.
Assumir o nosso papel de cidadãos – garantindo um ambiente saudável e seguro para às escolas, os maiores espaços de convivência.
Somos responsabilizados pelos acontecimentos, ao apoiar piadas preconceituosas – que ridicularizam e banalizam formas de existência, apoiarmos discursos violentos, agirmos de formas irresponsáveis nas redes sociais e ao não nos sentirmos responsáveis pelos acontecimentos que nos rodeiam e nos afetam.
Os frutos de raízes enfraquecidas, caem, perecem e impactam a saúde dos outros presentes na mesma árvore…
Que sejamos todos sementes férteis, com raízes vitalícias e fortificadas, para geramos frutos saudáveis!
Mickaelly Silva, 19 anos, é movida pelo afeto, nasceu e cresceu em uma família muito amorosa. Acredita que os professores são agentes de transformação e pretende cursar psicopedagogia.