Órgão linguístico e literário de Campinas, a Academia Campinense de Letras (ACL) completou 65 anos de história no último mês de maio de 2021. Ela é reconhecida como um dos pilares da cultura municipal e regional e seu objetivo é estar cada vez mais conectada com a população e manter sua relevância no futuro. Jorge Alves de Lima, advogado, escritor e historiador, presidente da ACL, comemora a efeméride. “Eu e toda a minha diretoria ficamos felizes em ver que essa entidade criada em 1956 e que ao longo dos anos enfrentou várias dificuldades e muitas incompreensões, permaneceu de pé, firme, altaneira, em prol da cultura do Município e de toda a Região Metropolitana de Campinas (RMC)”, aponta.
Por conta da pandemia, os festejos foram transferidos para o próximo ano. “Não podemos arriscar por causa da idade dos membros. Nós somos todos de alto risco. Não podemos aglomerar e nem ser imprudentes. Mas, no próximo ano, se já for possível, pretendemos fazer uma festa grande, daqueles de deixar saudade”, diz.
O presidente espera que a presença da ACL seja cada vez mais solidificada na cultura regional. “Eu desejo que ela seja sempre o marco principal e geradora de cultura de Campinas e da região metropolitana. Sempre o eixo e o fundamento principal. Que tenha uma continuidade com os futuros dirigentes da ACL. Espero que venham novos dirigentes, novas pessoas no comando, com muito amor e dedicação”, destaca Lima.

O presidente afirma que desde a sua posse e de sua vice, a professora e escritora Ana Maria Melo Negrão, a Casa passou a interagir mais com a sociedade, principalmente, a periferia. “Desde o começo da nossa posse, junto com a nossa diretoria, instituímos a participação de 60 a 80 alunos das escolas das periferias para assistir às sessões. Essas crianças vêm com os professores, assistem à sessão cultural e levam de recordação uma sacola com cinco exemplares de livros. Acredito que esse é o ponto alto da minha administração e da Ana”, diz.
Segundo ele, essa iniciativa teve repercussão. “Teve repercussão no Brasil todo a distribuição de livros pela ACL. Quero que esse exemplo seja seguido nas demais academias. Olha a Academia Brasileira de Letras (ABL) no Rio de Janeiro, por exemplo, imagina que maravilha se ela chamasse os alunos da periferia para participar das reuniões e também distribuísse livros”, avalia.
Jorge se alegra de ter preparado a sede da Academia, inaugurada em 16 de maio de 1976, para o futuro. “Fizemos várias reformas estruturais importantíssimas. Trocamos o telhado, refizemos a parte elétrica, cuidamos do jardim, trocamos o portão, reformamos os banheiros, a cozinha. Hoje tem até o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), é raro um prédio público que tenha esse certificado”, comemora.
A vice-presidente ressalta que a Academia está de portas abertas a todos. “A Academia Campinense de Letras é local de reunião não só de literatos, mas aberta à população de Campinas, para quem quiser usufruir e participar de todos os eventos lá elaborados. Em tempos normais temos sessões literomusicais mensalmente”, lembra Ana Maria.
Histórico
A instituição foi fundada em 1956 pelo linguista Francisco Ribeiro Sampaio, então secretário de Educação e Cultura. Nos moldes da Academia Brasileira de Letras (ABL), a instituição campineira é composta de 40 cadeiras de provimento vitalício. Atualmente, duas cadeiras estão vagas por motivo de morte.
No começo, as reuniões aconteciam nas dependências do Teatro Municipal, que foi demolido em 1965. Após isso, durante décadas, as sessões aconteceram em locais improvisados.
Em 1974, o ex-prefeito Lauro Péricles cedeu o terreno e o material de construção. O engenheiro Lix da Cunha, dono de uma empreiteira, realizou a obra de graça. A sede própria foi inaugurada em 16 de maio de 1976, na Rua Marechal Deodoro, 525, no Centro. Em 1995 foi criada a Galeria de Artes Lélio Coluccini, na entrada do prédio.

Ana Maria reforça a diversidade dos membros. “Temos entre os membros, juízes, desembargadores, historiadores, antropólogos e pessoas de outras áreas do saber, mas todos com belíssima produção literária”, ressalta.
Confira os membros:
ADÃO CARLOS FERREIRA DO NASCIMENTO – CADEIRA 05
AGOSTINHO TOFFOLI TAVOLARO – CADEIRA 40
ANA MARIA MELO NEGRÃO – CADEIRA 08
ANA SUZUKI – CADEIRA 38
ANDRÉ GONÇALVES FERNANDES – CADEIRA 30
ANTONIO DE PÁDUA BÁFERO – CADEIRA 17
ANTÔNIO SUÁREZ ABREU – CADEIRA 20
CARLOS ALBERTO MARCHI DE QUEIROZ – CADEIRA 22
CARLOS ALBERTO VOGT – CADEIRA 23
CARLOS DE AQUINO PEREIRA – CADEIRA 03
CECILIA MARIA DO AMARAL PRADA – CADEIRA 07
CIRILO LUIZ PARDO MEO MURARO – CADEIRA 18
DUÍLIO BATTISTONI FILHO – CADEIRA 25
ELIANE MORELLI ABRAHÃO – CADEIRA 09
FERNANDO ANTONIO ABRAHÃO – CADEIRA 01
GERALDO AFFONSO MUZZI – CADEIRA 06
GILSON BARRETO – CADEIRA 21
GUSTAVO OSMAR CORRÊA MAZZOLA – CADEIRA 14
HÉLCIO MACIEL FRANÇA MADEIRA – CADEIRA 16
IVANILDE BARACHO DE ALENCAR – CADEIRA 37
JOÃO FRANCISCO RÉGIS DE MORAES – CADEIRA 19
JOÃO PLUTARCO RODRIGUES LIMA – CADEIRA 29 FALECIDO- IN MEMORIAM
JOSÉ ROBERTO MARTINS PEREIRA – CADEIRA 04
JORGE ALVES DE LIMA – CADEIRA 02
JOSÉ ALEXANDRE DOS SANTOS RIBEIRO – CADEIRA 39 FALECIDO – – IN MEMORIAM
LAURO PÉRICLES GONÇALVES – CADEIRA 35 PRESIDENTE DE HONRA
LUIZ ANTÔNIO ALVES TORRANO – CADEIRA 27
LUIS CARLOS CÂNDIDO MARTINS SOTÉRO DA SILVA – CADEIRA 15 FALECIDO- – IN MEMORIAM
LUIZ CARLOS RIBEIRO BORGES – CADEIRA 24
LUNO VOLPATO – CADEIRA 11
MARINA BECKER – CADEIRA 12
ODAIR LEITÃO ALONSO – CADEIRA 10
OLGA RODRIGUES MORAES VON SIMSON – CADEIRA 32
PEDRO LAUDINOR GOERGE – CADEIRA 13
QUINITA RIBEIRO SAMPAIO – CADEIRA 28
REGINA MÁRCIA MOURA TAVARES – CADEIRA 36
SÉRGIO EDUARDO MONTES CASTANHO – CADEIRA 31
SÉRGIO GALVÃO CAPONI – CADEIRA 26
TEREZA AP. ASTA GERMIGNANI – CADEIRA 33
WALTER VIEIRA – CADEIRA 34
RUBEM COSTA *** PRESIDENTE EMÉRITO
ARITA PETTENÁ *** ACADÊMICA EMÉRITA
ANTONIO CONTENTE *** MEMBRO HONORÁRIO