A saúde dos motoboys é tema de uma ação realizada pela Unicamp em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT). A avaliação vem sendo realizada desde o dia 26 de janeiro, na Unicamp, e a meta é avaliar 200 profissionais. Embora os dados ainda não estejam compilados, as avaliações iniciais mostraram que desidratação, pressão alta e glicemia elevada são problemas recorrentes da categoria.
O objetivo é compreender as condições de saúde dos motoboys para que políticas de melhoria das condições da categoria possam ser criadas. A ação é realizada no campus de Campinas e conta com o apoio da Associação de Docentes da Unicamp (Adunicamp) e do Sindicato de Trabalhadores da Unicamp (STU).
Longas jornadas de trabalho, alimentação e hidratação inadequadas e ausência de direitos trabalhistas são alguns dos problemas dos trabalhadores do setor.
Os motoboys podem agendar a consulta pelo WhatsApp (acesse aqui) . Todo o atendimento Todo o atendimento demora em torno de uma hora e os trabalhadores recebem um voucher combustível para compensar pelo tempo não trabalhado.
Na Universidade, profissionais de saúde realizam um teste de Covid-19 e checam o esquema vacinal. Caso esteja incompleto, o motoboy recebe informações para a atualização da imunização. Depois, é realizada a aferição da pressão arterial e coletada uma amostra de sangue. O resultado da glicemia é obtido instantaneamente.
No caso de haver alteração de pressão e glicemia, o trabalhador é orientado a buscar o centro de saúde mais próximo de sua residência para o diagnóstico e tratamento. Alguns já têm dado retorno à equipe sobre o prosseguimento dos exames, informou a Unicamp.
“Para quem tem glicemia e pressão alteradas, algo que é bastante comum nesse grupo, nós conferimos na chegada e também na saída. Confirmada [a alteração], encaminhamos [o paciente] para um serviço de saúde para fazer um diagnóstico e o acompanhamento”, conta o enfermeiro Adilton Leite, um dos responsáveis pela ação.
Após os exames, ocorre uma entrevista, em que o trabalhador responde a perguntas relacionadas à jornada de trabalho, aos hábitos alimentares e às condições de saúde. Por fim, o motoboy é atendido por um psicólogo, que realiza testes para avaliar o nível de atenção dele.
O número de entregadores e motoristas de serviços do tipo no Brasil cresceu quase 1.000% entre 2016 e 2021.
(Com informações da Unicamp)