Se depender das agências humanitárias e outras organizações de assistência, os afegãos deverão continuar recebendo apoio e proteção. Este é o foco de um comunicado conjunto firmado por 16 agências ligadas à Organização das Nações Unidas (ONU), unidades parceiras e pela relatora especial dos direitos de deslocados internos, Cecilia Jimenez-Damary. O representante do Unicef deixou claro que a agência vai continuar no país.
Desde 15 de agosto, o Afeganistão está sob o controle do movimento Talibã, que assumiu a capital Cabul, após a fuga do presidente afegão Ashraf Ghani. No comunicado, as agências humanitárias dizem que “mais do que nunca o povo do Afeganistão precisa do apoio”. As entidades se comprometeram em ajudar e proteger os afegãos continuando no país e fornecendo o auxílio necessário.
As agências calculam que será preciso US$ 1,3 bilhão para alcançar quase 16 milhões de pessoas no Afeganistão com ajuda humanitária. Apenas 37% desse total foram recebidos. No início deste ano, metade dos afegãos incluindo mais de 2 milhões de mulheres e quase 10 milhões de crianças já precisavam de ajuda humanitária para sobreviver.
A situação está ainda mais grave por causa do conflito, da seca e da pandemia. Desde o fim de maio, o número de deslocados internos pelo conflito, que precisam de ajuda humanitária, mais que dobrou chegando a 550 mil.
Um terço dos afegãos enfrenta níveis agudos de insegurança alimentar e mais da metade das crianças menores de cinco anos estão subnutridas.
As agências reforçaram o pedido do secretário-geral António Guterres para que todas as partes incluindo o Talibã acabassem com a violência e respeitassem os direitos humanos e a lei humanitária internacional. O grupo pediu a passagem segura de homens e mulheres humanitários para que a ajuda possa chegar a quem precisa.
Para as agências humanitárias, todas as partes no Afeganistão precisam respeitar os civis e as liberdades de todos. As organizações reafirmaram seu compromisso na promoção do direito de cada um no país incluindo mulheres e meninas.
Segundo o comunicado, os direitos e avanços conquistados para elas incluindo educação de qualidade têm de ser mantidos e preservados.
Em comunicado separado, o Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) lembrou que meninas e mulheres precisam ser parte da solução e todos as pessoas devem estar incluídas.
Há várias décadas, o Unfpa apoia o trabalho de parteiras e de saúde sexual e reprodutiva no país.
No comunicado conjunto, o grupo de agências pediu a governos que mantenham suas fronteiras abertas para que afegãos, que querem, tenham como pedir asilo a outro país. (Agência ONU News)