O presidente da Argentina, Alberto Fernández, liderou nesta sexta-feira (2) uma reunião do Governo para analisar “o estado de agitação social” após a tentativa de assassinato da vice-presidente, Cristina Kirchner, e convocou todos os cidadãos a mobilizarem-se.
O Governo se juntará à concentração convocada para a praça de Maio, em Buenos Aires, e “convida todos os argentinos e argentinas a expressarem-se com bandeiras (…) em defesa da democracia e em solidariedade com a vice-presidente”, indicou, num comunicado.
Milhares de pessoas concentraram-se nesta tarde na emblemática praça de Maio para condenar a tentativa de homicídio sofrida na quinta-feira (1) pela vice-chefe de Estado da Argentina.
Cristina Fernández de Kirchner (atual vice-presidente do país desde 2019, Presidente da República entre 2007 e 2015 e primeira-dama entre 2003 e 2007, quando o chefe de Estado era o marido, Néstor Kirchner) indicou a intenção de também reunir-se com representantes de diversos setores da sociedade civil, procurando “um amplo consenso contra os discursos do ódio e da violência”.
Após o incidente, a condenação da tentativa de homicídio foi unânime na Argentina, também por parte de setores da oposição habitualmente críticos da vice-presidente.
A presidente da Câmara de Deputados, Cecília Moreau, convocou para sábado (3) um plenário especial para analisar a tentativa de assassinato.
A Polícia Federal argentina deteve na quinta-feira à noite o homem que apontou uma pistola na cabeça da vice-presidente quando ela estava na porta do edifício de apartamentos onde mora, no bairro de Recoleta, na capital argentina, rodeada de militantes kirchneristas. O homem seria Fernando Andrés Sabag Montiel, um brasileiro de 35 anos. A arma falhou.
O incidente insere-se no clima de forte tensão política que se vive na Argentina depois de, em 22 de agosto, um procurador do ministério público ter pedido uma sentença de 12 anos de prisão para Cristina Fernández.
O pedido ocorreu no âmbito do processo de que a vice-presidente é alvo por presumíveis irregularidades na adjudicação de obras públicas durante o seu período na Presidência do país (2007-2015).