A declaração de emergência sanitária da Argentina e Uruguai após a descoberta dos primeiros casos de gripe aviária elevou o nível de alerta na América Latina, face ao avanço da doença que afeta humanos e outras espécies de mamíferos.
A Guatemala declarou, na última terça-feira, o estado de emergência após confirmar a presença do vírus H5N1 em pelicanos e, poucas horas depois, as autoridades do Uruguai e Argentina declararam emergência sanitária.
“A confirmação da entrada do vírus no país deixa-nos mais alerta, mas não nos surpreende”, admitiu o secretário de Agricultura da Argentina, Juan José Bahillo.
Comentário semelhante foi feito pelo ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai, Fernando Mattos, que reconheceu que o primeiro caso detectado e a chegada da doença “não é uma surpresa”.
No Equador, foi relatado o caso de uma menina de nove anos infectada por, aparentemente, ter estado em contato com um pássaro doente.
Enquanto isso, na Nicarágua, na terça-feira, as autoridades anunciaram fortalecer o sistema de vigilância epidemiológica dos casos de gripe aviária na América Central em aves silvestres.
Em Cuba, os alarmes dispararam na semana passada, quando foram detectados casos de gripe aviária no Zoológico Nacional de Havana, ficando o recinto sob quarentena.
Na Costa Rica, o primeiro surto de gripe aviária foi registado em 23 de janeiro em pelicanos na província de Limón (Caribe) e posteriormente foram identificadas outras infeções em aves silvestres nessa mesma província e na cidade de Parrita, Puntarenas (Pacífico).
Em El Salvador, as autoridades anunciaram quarta-feira “alerta preventivo contínuo” e “vigilância permanente” contra a gripe aviária, embora nenhum caso tenha sido ainda registado.
O Panamá mantém desde 24 de dezembro o alerta sanitário, após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária, registando-se três casos desde então, e o abate de mais de 2.500 aves.
Na Venezuela, a presença da gripe aviária foi detectada em pelicanos, também em dezembro, motivo pelo qual as autoridades declararam estado de alerta sanitário em cinco estados costeiros “por um período de 90 dias”, que expira no final deste mês.
No Peru, os primeiros casos ocorreram no final de novembro em pelicanos, passando dias depois para aves domésticas, o que levou o Ministério da Saúde a emitir um alerta epidemiológico. Desde então, pelo menos 55 mil aves morreram deste vírus, além de quase 600 leões-marinhos e um golfinho.
No Chile, foram confirmados mais de 10 mil aves mortas presumivelmente devido à gripe aviária, casos oriundos de todo o território, com exceção das regiões metropolitanas – incluindo a capital, – no centro e La Araucanía e Los Rios, no sul.
A gripe aviária foi detectada pela primeira vez em 1996 e, desde então, tem-se disseminado entre as aves, tanto livres quanto em cativeiro, principalmente domésticas. A doença é classificada em dois subtipos, baseados em duas proteínas, e considerada letal pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
(Agência Lusa News)