As dificuldades do pré-candidato Sergio Moro em conseguir emplacar uma candidatura presidencial foram comemoradas no PT. Já fazia parte dos planos partidários tentar apontar o ex-juiz como alguém que tinha apenas objetivos políticos ao condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, segundo os petistas, sem provas.
A avaliação é de que Moro já gastou parte do seu capital político ao ser ministro de Bolsonaro e, agora, ao se apresentar para concorrer à Presidência pelo União Brasil, causando a maior confusão dentro da nova legenda. Os partidários de Lula acreditam que o discurso de que houve perseguição política contra o ex-presidente está consolidado.
Em conversas mais reservadas, há, dentro do PT, quem diga que Moro era há algum tempo quem poderia tirar Bolsonaro do segundo turno, complicando a vida de Lula. Tanto é que, com a Petrobras no centro do debate eleitoral, os petistas começaram a ensaiar o tratamento que darão ao caso do Petrolão. Afinal, os adversários vão jogar toda a luz sobre o escândalo que levou para a cadeia políticos e empresários. E, até agora, uma parte dos enroscados na Lava Jato escapou por “falhas processuais” e não por um atestado de inocência.
Duas frentes para o Petrolão
Já é consenso no PT que não dá para negar que houve malfeitos na empresa, mas dizer que Lula foi o principal beneficiário será rebatido com unhas e dentes. A extinção dos processos será tratada na campanha como um atestado de inocência e o fato de o ex-presidente liderar as pesquisas ajudará a mostrar que a população concorda. Os petistas pretendem, ainda, resgatar todos os projetos de transparência para aplicação dos recursos públicos, de fortalecimento das instituições publicas e de combate à corrupção. Nesse rol, está inclusive a LAI — Lei de Acesso à Informação.
Editado por Chico Bruno/Time Carlos Brickmann