Desde o dia 1º de novembro, o Sistema Cantareira opera dentro da faixa de restrição, com menos de 30% de sua capacidade. O volume só passa a ser considerado normal a partir de 60%. O alerta ocorre apesar do volume positivo de chuva do mês passado. O problema é que, nos dez primeiros meses deste ano, em apenas um deles o volume de chuva no Cantareira ficou acima da média histórica.
O Sistema Cantareira teve, até o momento, apenas o mês de outubro com chuva acima da média.
A chuva mensal ficou em 166mm, o que significa 35,7% acima da sua média climatológica, que é de 122,3mm, segundo informações do Climatempo. Para efeito de comparação, em 2020 foram quatro meses com chuva acima da média: fevereiro, junho, agosto e dezembro.
Em fevereiro de 2020, foram 329,6mm, o que equivale a 62,3% acima da média de chuva no Cantareira. Em junho do mesmo ano choveu 75,3mm, 31,9% acima da sua média; agosto teve 44,6mm e ficou com 34,3% acima da sua média e em dezembro, 225,3mm, 4,7% acima.
Neste mês de novembro, caíram 28,6mm de chuva nos últimos dois dias, o que equivale a 19,2% da sua média do mês, que é de 149mm. Em novembro de 2020 foram 104,2mm.
O menor nível do sistema Cantareira neste ano de 2021 foi de 27,8%, observados nos dias 27 e 28 de outubro de 2021. Foi a marca mais baixa desde março de 2016, quando chegou a 27,5%. Já na última medição divulgada pela Sabesp, terça-feira (2), o nível chegou aos 28,5%.
Abastecimento
O Sistema Cantareira fornece água para 7 milhões de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo. A Agência Nacional de Águas (ANA), que estabelece as cinco faixas limites para a retirada de água do sistema, informou que a faixa de restrição é destinada aos sistemas acima de 20% e abaixo de 30%.
A ANA utiliza o último dia do mês anterior para estabelecer a quantidade de água que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) poderá retirar no próximo mês.
Em outubro, a faixa era de alerta, pois o mês anterior encerrou com 30,4%, diante disso a retirada poderia chegar a 27 metros cúbicos por segundo (m³/s). Enquanto na faixa normal, a Sabesp pode retirar 33 m³/s, na faixa mais restritiva, a especial, o limite é de 15,5 m³/s.
Segundo a Sabesp, a nova faixa não altera a operação, pois há um ano a companhia opera com retirada de até 23 m³/s, atendendo toda a demanda. Decorrente da chuva acima da média em outubro, o Cantareira acumulou no mês 166 milímetros (mm), mas o volume foi insuficiente para compensar o sistema.