O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Carlão Pignatari, deu posse ao novo governador do Estado, Rodrigo Garcia, em cerimônia na última sexta-feira (1º) na unidade do Bom Prato, em Paraisópolis, Zona Sul da Capital. O termo de posse foi assinado após ambos tomarem café da manhã juntos com a população.
“O dia começou no Bom Prato de Paraisópolis, onde dei posse ao novo governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, um jovem homem público, porém com experiência e capacidade administrativa para liderar nosso Estado e fazer uma grande gestão”, disse Carlão Pignatari.
Rodrigo Garcia tem sido bastante elogiado por sua capacidade de articulação, sobretudo com lideranças do Interior de São Paulo. Seu papel, como vice, era fazer essa “amarração” político-administrativa com prefeitos e representantes do Município.
Agora, consolidando seu nome para disputar a sucessão de João Doria (PSDB) no Palácio dos Bandeirantes, fica a expectativa para a escolha do vice, que comporá a chapa. O nome do prefeito de Jaguariúna, Gustavo Reis (MDB), está cotado para a chapa. Reis é presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas (RMC).
O prefeito de Jaguariúna, aliás, foi o anfitrião de um grande encontro político ocorrido no sábado passado, 26 de março, em Campinas, no Royal Palm Plaza.
Na ocasião, secretários de estado, deputados, prefeitos da RMC e de outras regiões paulistas, inclusive o da Capital, Ricardo Nunes, vieram a Campinas para prestigiar o lançamento do livro dos 20 anos de criação da RMC, um colegiado criado por lei em 2000 e cujo trabalho efetivo ocorreria dois anos depois com a primeira reunião do bloco regional, após a instalação do Conselho de Densenvolvimento.
No evento ficou bastante evidente a força de Garcia junto aos prefeitos do Interior, além do prestígio de Gustavo Reis no xadrez político. O nome do prefeito de Jaguariúna, aliás, foi sugerido por unanimidade pelos prefeitos da RMC para compor a chapa com Garcia.
Gustavo, porém, procurou manter-se discreto no evento, em público, nesse tema, focando seus discursos e sua interação com a necessidade de reforçar o conceito de trabalho colegiado dos pares e de buscar soluções comuns para os desafios metropolitanos.
Imbróglio com Doria
Pressionado a abandonar a briga pela Presidência da República, cedendo o posto a Eduardo Leite (PSDB-RS), João Doria ameaçou implodir o PSDB em São Paulo na última quinta-feira, onde o partido é mais forte. Logo, caciques do legenda entraram em cena e apagaram o incêndio. O desfecho veio em evento que se encerrou com o governador paulista confirmado como pré-candidato à sucessão de Bolsonaro.
Mas tudo pode mudar até as convenções partidárias, entre 20 de julho e 5 de agosto.
O que foi chamado de “truco” ou “blefe” de Doria, impactou no seu vice. Os bastidores políticos desse episódio exigiram conversas e reuniões, em meio a tensão. Do lado do MDB, presidido em São Paulo por Baleia Rossi (deputado federal), houve inquietação, já que o partido é o mais cotado para ficar com a vaga de vice. O Hora Campinas apurou que os caciques da legenda se reuniram em São Paulo na última quinta-feira para acompanhar com lupa a crise tucana. Um dos políticos que foi chamado à Capital foi justamente Gustavo Reis.
Dança das cadeiras
No tabuleiro reorganizado após o fim da janela partidária, novos nomes e novas situações estão aparecendo. Um dos nomes que passa a ser cotado, com força, para ocupar a vice de Rodrigo Garcia é o de Edson Aparecido, que estava no PSDB e foi para o MDB. Aparecido ocupava o cargo de secretário municipal de Saúde da cidade de São Paulo, uma Pasta que lhe visibilidade na mesma proporção do desafio enfrentado na pandemia.
Até as convenções, muitas conversas ocorrerão. O nome de Gustavo Reis segue com boa cotação e prestígio. Neste sábado, ele manteve a sua agenda normal em Jaguariúna, onde participou de ações de incentivo a doação de alimentos e outros compromissos administrativos e sociais.
Gustavo vê Garcia forte
O prefeito de Jaguariúna, Gustavo Reis, cotado para fazer dobradinha com Rodrigo Garcia, vê um horizonte promissor para o aliado. “Ele crescerá exponencialmente nas próximas pesquisas eleitorais. Na condição de governador do Estado, terá muito mais visibilidade para mostrar ao povo paulista as suas inúmeras virtudes como gestor público competente que é. Rodrigo Garcia é um político muito experiente, bem relacionado e conhece profundamente todo o estado de São Paulo. Tenho certeza que a partir de agora estabelecerá uma conexão ainda mais direta com o eleitorado, o que fará com que sua popularidade e, consequentemente, o seu potencial eleitoral aumentem bastante”, analisou Reis.
Ele se disse “honrado” por estar na mira dessa composição política, como um nome cotado para ser candidato a vice-governador.
“Me sinto honrado por ser alçado a essa confiscação pelo partido, porém, tenho ainda compromisso com a população de Jaguariúna”, pontua Gustavo Reis, em entrevista ao Hora.
Elogios a Garcia
O presidente da Alesp rasgou elogios sobre o currículo do novo governador durante a posse. “Rodrigo Garcia é novo, mas não é novato. Foi deputado estadual e federal, secretário de Estado e vice-governador. Por isso, tenho certeza que São Paulo continuará em boas e competentes mãos. Conte comigo e com a Assembleia Legislativa paulista nesta missão”, afirmou Carlão Pignatari.
Rodrigo Garcia tomou posse após o então governador João Doria comunicar a Alesp de que renunciou ao cargo para concorrer à Presidência da República nas eleições de outubro. A decisão atende às regras da legislação eleitoral e vale para todos os governadores. O ofício foi protocolado na Assembleia Legislativa paulista na tarde desta quinta-feira (31).
“Tenho a honra de comunicar a Vossa Excelência minha decisão de candidatar-me a cargo eletivo, no próximo pleito de 2 de outubro deste ano. Por esse motivo, tendo em vista a lei vigente, solicito que seja dado conhecimento à Alesp de que me afasto definitivamente do cargo de governador, a partir desta data, desincompatibilizando-me no prazo previsto na Constituição. Apresento a Vossa Excelência, bem como a todos os nobres parlamentares, os protestos do meu respeito e alta consideração”, escreveu João Doria em ofício ao presidente do Parlamento, Carlão Pignatari.