Os primeiros passos da campanha presidencial no segundo turno já colocam Campinas no caminho. O primeiro finalista a desembarcar na cidade é o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. O ato está previsto para este sábado, dia 8, pela manhã. A agenda inclui uma concentração no Largo do Pará a partir das 8h, com caminhada em direção ao Lardo do Rosário, onde está sendo preparado um comício. Além de Lula, estarão em Campinas o seu vice, Geraldo Alckmin (PSB) e o candidato petista ao governo de São Paulo no segundo turno, Fernando Haddad.
A vinda a Campinas acontece logo na primeira semana pós-primeiro turno. O Hora Campinas apurou junto a lideranças locais que a campanha de Lula ficou preocupada com a grande adesão dos eleitores ao seu adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao candidato ao Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio de Freitas (Repub). Bolsonaro e Tarcísio venceram nas 20 cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC).
Em Campinas, o resultado foi o seguinte: 320.684 votos (49,07% dos válidos) para Bolsonaro e 259.973 votos, o equivalente a 39,78%, para Lula.
Berço de universidades e com grande influência de movimentos sociais, Campinas sempre teve um forte olhar para a esquerda. A cidade já foi governada pelo PT e por partidos que integram a atual frente de apoio a Lula, como o PDT e o PSB. Agora, tem na cadeira do Palácio dos Jequitibás um político do Republicanos, Dário Saadi, que integra o bloco de apoio a Tarcísio de Freitas em São Paulo.
Dário, porém, não tem deixado se vincular a Bolsonaro por ter divergências sérias com o presidente, sobretudo em função da condução do governo na pandemia da Covid-19, que considerou errática e desumana.
É neste contexto que a campanha de Lula avaliou ser necessário estar em Campinas já no início do segundo turno. “Não podemos perder tempo. É preciso encarar o bolsonarismo e a extrema direita que estão deixando marcas aqui”, diz um membro da frente de apoio a Lula, que concorreu no primeiro turno para uma vaga parlamentar e foi derrotado.
Em Campinas, os militantes estão se organizando no contexto da Federação da Esperança (PT/PCdoB/PV), mais os partidos da coligação PSOL e PSB. “Fizemos uma reunião e saímos renovados com a certeza que o amor vencerá o ódio e voltaremos a ter democracia plena e justiça social”, afirmou Márcia Quintanilha (PCdoB), que disputou uma vaga para a Assembleia Estadual e não se elegeu.
Agenda de Haddad na região
A campanha petista vai se concentrar na região de Campinas nesta sexta e sábado. A agenda de Haddad prevê caminhada pelo distrito de Campo Grande a partir das 10h30 desta sexta-feira (7). A concentração será na Rua Edson Luis Rigonatto, 781, Jardim Santa Clara (Praça João Amazonas).
À tarde, também na sexta-feira, o candidato vai a Hortolândia, com caminhada pela Rua Luis Camilo de Camargo, 874, Centro, a partir das 14h30.
Em seguida, a campanha vai a Piracicaba, a partir das 16h30, com caminhada pela Avenida Doutor Paulo de Moraes, 1580 (Estação da Paulista).
Simone Tebet
A adesão da candidata Simone Tebet (MDB) a Lula foi e segue sendo celebrada pela campanha petista. A análise é que a senadora se agigantou na política, com mensagens de sensatez, equilíbrio e firmeza. Para o estafe de Lula, a chegada de Simone eleva o perfil democrático da campanha e fortalece o bloco de enfrentamento a Bolsonaro.
Ainda que o MDB tenha liberado os diretórios e os filiados no segundo turno e mesmo que Simone tenha feito críticas a Lula e ao PT no primeiro turno, a senadora é avaliada como um trunfo nesta reta final.
Simone teve 39 mil votos em Campinas, um contingente não desprezível para a campanha de Lula. Assim como na eleição geral, ela foi a terceira colocada na cidade. “Vou votar em Lula porque entendo que ele reúne o perfil democrático que não encontro no outro candidato”, tem reiterado Simone. Ela pontuou que não ficará isenta neste segundo turno. E defende que as pessoas se posicionem.