A pandemia e, consequentemente, as mudanças que ela provocou nas rotinas de grande parte das empresas, exigiram comprometimento e disciplina adicionais por parte dos colaboradores. Nesse cenário, a liderança foi fundamental para engajar e motivar o público interno, que precisou se adaptar rapidamente à nova realidade. Ao que tudo indica, boa parte dos gestores entendeu a importância do seu papel nesse contexto.
A Ticket, marca de benefícios de refeição e alimentação da Edenred, realizou, recentemente, um levantamento em que 76% dos entrevistados apontaram influência positiva da liderança na gestão da área e nos resultados da empresa durante a pandemia, enquanto 31% das pessoas só tiveram essa percepção após mudanças na gestão. Em contrapartida, 8% não gostaram das adaptações e 12% apontaram que a troca do gestor em meio à pandemia não foi benéfica, pois isso foi impeditivo para o desenvolvimento profissional. Mais de 500 pessoas foram consultadas na pesquisa.
Muitas empresas não estavam preparadas para as mudanças que o formato de trabalho remoto ou híbrido trouxe para a rotina.
37% por cento dos entrevistados afirmaram que, até então, suas empresas não tinham uma política de teletrabalho e que passaram a contar com o home office em sua rotina após o início da crise sanitária. Enquanto isso, 50% afirmaram que o trabalho remoto já existia nas companhias em que atuam.
Diante disso, segundo 47% dos respondentes, suas áreas precisaram inovar durante o período e os gestores novamente tiveram uma influência positiva na apuração. Outros 28% dos participantes disseram que, mesmo atuando em empresas que prestam serviços considerados essenciais, adaptações e mudanças também foram necessárias e os gestores atuaram lado a lado com os funcionários.
A realidade é que o papel da liderança nunca foi tão importante como nesse período de pandemia. Os gestores se viram diante do desafio de manter a qualidade do trabalho entregue e preservar a estabilidade emocional dos profissionais, tudo isso à distância. Para isso, a comunicação entre empresa e colaboradores foi fundamental.
Ainda segundo o levantamento da Ticket, 37% afirmaram que as empresas em que trabalham criaram um comitê multidisciplinar que pudesse repassar todas as informações aos funcionários, evitando informações desencontradas, muitas vezes transmitidas pela versão atualizada da famosa “rádio-peão”, o “whatsapp-peão”.
Quando o assunto é motivação, o gestor é um dos principais entusiastas de sua equipe. Ele precisa ter a sensibilidade de entender em quais aspectos cada um dos profissionais que estão sob sua liderança precisa ser apoiado e quais ferramentas podem ser utilizadas para uma mudança de cenário.
Segundo a pesquisa, ainda, para 90% dos entrevistados os benefícios oferecidos pela empresa são um dos principais incentivos. Para 87% das pessoas, inclusive, eles são essenciais para estimular ou manter essa motivação.
Em um tempo em que o olho no olho ficou escasso, nunca foi tão importante olhar para os colaboradores e o que eles precisam.
José Ricardo Amaro é Diretor de RH da Ticket