O país amanheceu de ressaca, incrédulo diante das cenas lamentáveis protagonizadas em Brasília, no último domingo (8). O ataque nas sedes dos três poderes envergonha brasileiros e, mais uma vez, leva o país às manchetes internacionais da maneira mais negativa possível.
Em Brasília, a segunda-feira foi dia de contabilizar os prejuízos, que não foram poucos. Danos materiais e artísticos se somam à tentativa fracassada de arruinar a democracia. Uma vergonha.
Os ataques a Brasília respingam em todas as esferas e a economia também não fica imune. Sim, a investida de destruição de domingo também reflete na economia, no nosso bolso.
Investidores do mercado financeiro começaram a semana com uma dose a mais de tensão. Mudanças de governo sempre geram instabilidade e os episódios do último domingo foram mais um ingrediente para aumentar o desconforto dos investidores nesses primeiros meses do ano.
Embora os inéditos episódios de violência à democracia elevem a percepção de risco, o mercado reagiu bem à chamada minicrise. A reação rápida do governo federal à tentativa de golpe e o repúdio da comunidade mundial ajudaram a diminuir o impacto e os efeitos da violência política.
Apesar do rastro de destruição deixado na Esplanada dos Ministérios, o mercado reagiu com cautela. A breve tensão que marcou a abertura dos mercados nesta manhã não deve se repetir. É que o mercado, e todo o país, espera.
Mas mesmo sem novas ameaças de vandalismos à Nação, é importante lembrar que estamos no começo de uma nova gestão. E os 100 primeiros dias de um novo governo são fundamentais para direcionar o andamento das políticas econômicas. Muita coisa deve acontecer nos próximos meses que, certamente, deve refletir no mercado.
Para os pequenos investidores, a orientação é ter cautela para evitar frustrações e riscos inesperados. O mercado é bastante influenciado pelas questões externas, principalmente pelos fatores políticos e estar preparado para essas variações é essencial para não tomar decisões erradas com o seu dinheiro.
Por mais absurda em incongruente que seja a situação, nada de entrar em pânico. Caos faz parte da rotina do mercado financeiro.
Rogério Araújo é gestor e consultor financeiro, especialista em investimentos, fundador da Roar Educacional Consultoria e líder educacional na Empiricus Investimentos