18 de Maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes.
A data é alusiva à morte de uma garotinha capixaba, nos anos 70 – que teria sido drogada, abusada sexualmente, assassinada, tendo depois seu corpo queimado.
Na ocasião a perícia teria detectado a presença de cocaína no corpo da vítima.
Cocaína – tanto quanto hoje – não é uma substância barata. Naquela época, era bem mais restrito o círculo de consumidores.
Por isso, a linha correta de investigação levou a Polícia a jovens bem nascidos – como prováveis autores dos crimes.
Infelizmente, ninguém foi punido.
A história se repete a cada instante e em diversos locais do país.
Álcool e outras drogas costumam dividir a cena com os abusos sexuais.
Preocupante sobremodo se os cigarros eletrônicos – pendrives viciantes com sabor e cheiro de infância, que podem ser carregados com qualquer tipo de substância no e-juice – forem liberados no país.
Crianças e adolescentes são facilmente fisgados para o consumo de cigarros eletrônicos.
Afinal, que mal pode fazer uma pendrive que produz cheiro de sorveteria em uma tarde de domingo?
Nesse quadro, não é difícil imaginar o doping para a prática criminosa, tendo como alvo até bebês de colo.
Uma macabra avenida de fumaça com cheiro de morango a encobrir pedófilos está prestes a se abrir, se a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revogar a proibição do comércio de cigarros eletrônicos – que vigora há anos, por meio da salvadora RDC 46/2009.
Nos tempos bíblicos, bebês eram dados até por suas próprias mães como sacrifício a divindades.
Uma mistura de cheiro de corpinhos queimados com diversos aromas de ervas servia para agradar os deuses.
Mamon e Cia. têm apetite insaciável.
Só muda um pouco a receita.
Guilherme Athayde Ribeiro Franco é promotor de Justiça em Campinas, especialista em Dependência Química pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)