Estudo recente feito pela Forrester Consulting, e encomendado pela Dell Technologies, mostrou que 23% das companhias brasileiras possuem uma grande maturidade no uso de dados para decisões estratégicas. Já um relatório do Capgemini Research Institute apontou que empresas movidas a dados geram 22% mais lucros. Com isso, não podemos negar o potencial que eles desempenham em qualquer tipo de negócio atualmente, já que acúmulo de informações permite uma visão estratégica e assertiva. Porém, vale destacarmos que somente seu armazenamento não basta, é preciso estudo e critério para que sua utilização seja primorosa e efetiva.
Muitas companhias possuem o chamado Data Lake, que nada mais é do que um repositório que acumula dados de diversas frentes. Dessa maneira, a empresa possui informações dispersas como as interações com clientes por canais distintos, a localização de cada um deles, por qual canal mais costumam comprar, como conheceram a empresa, quais produtos costumam ter preferência, quais regiões costumam comprar adquirir um certo tipo de mercadoria, etc.
A partir daí, o necessário é usar uma ferramenta de analytics de forma a unificar esses dados e criar relação entre eles. Vamos criar um exemplo hipotético de um comércio que tenha tanto loja virtual quanto física. Por meio dessa avaliação mais detalhada, é possível descobrir que um potencial cliente que interage bastante somente via redes sociais mora perto de uma loja física e não sabe. Assim, é possível traçar estratégias para trazê-lo para loja.
Um outro exemplo só para ficar mais claro. Recentemente, uma famosa marca de bebidas lançou um drink de uma cantora sem precisar fazer pesquisa de mercado e conseguiu um número alto de vendas. Sabe o que foi feito? A companhia, por meio de seus dados, mapeou que uma certa região do país consumia bastante as músicas dessa artista e também gostava muito do produto vendido por eles. Foi só unificar essas duas informações e deu tudo certo.
Quando uma empresa tem suas decisões baseadas totalmente em acúmulo e análise de dados, são consideradas Data Driven. Podemos citar como exemplos de companhias dessa categoria as big techs Google e Facebook, que por meio da avaliação dos dados de seus usuários os direcionam para anúncios e conteúdos que tenham mais a ver com o que gostam de acessar. O próprio YouTube também entra nessa, já que nos recomenda vídeos com base em nosso histórico.
O fato é que o dado é muito mais real e assertivo do que qualquer outra fonte de informação justamente por não dar margem às suposições. Por esse motivo, sua utilização está indo além das big techs, abrangendo também os segmentos de comida, shopping centers, bebidas, indústrias, agronegócio, etc. Não podemos negar sua eficácia, já que ele otimiza processos e reduz custos, pois diminui a necessidade de se realizar pesquisas de mercado e grupos focais. Dessa maneira, podemos concluir que quando se estrutura dados, você enxerga mais oportunidades de negócio.
Pascoal Baldasso é CEO e fundador da ADTsys