Existem diversas religiões ao redor do mundo. As que possuem maior quantidade de seguidores são: católica, evangélica, espírita (kardecista, umbandista e candomblecista), budismo, islamismo, hinduísmo, judaísmo etc. Pois bem. As pessoas que procuram seguir os ensinamentos contidos nos quatro evangelhos de Jesus de Nazaré (redigidos pelos apóstolos João, Mateus, Lucas e Marcos) são denominadas cristãs.
As demais religiões não são cristãs, inclusive o judaísmo.
Isto mesmo: embora existam aproximadamente dez mil judeus convertidos ao cristianismo espalhados pelo mundo, a maioria esmagadora não aceitou Jesus Cristo como o Messias previsto no Velho Testamento. É que o povo judeu esperava um Messias que os libertasse da opressão de que era vítima na ocasião imposta pelo Império Romano.
Os judeus esperavam que Jesus, realizando milagres e com a sua popularidade em alta, se tornasse o Messias militar que liderasse uma revolução e a libertação de seu povo perante os Romanos. Porém, Jesus de Nazaré esteve aqui com a nobre missão de nos ensinar o amor, o perdão, a misericórdia, a tolerância. Ele afirmou: “Meu reino não é deste mundo”.
Tanto isso é verdade que os judeus utilizam-se apenas dos cinco primeiros livros contidos na Bíblia (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), conhecidos como Pentateuco ou Torá. Os judeus ou hebraicos seguem, somente, os ensinamentos de Moisés. Jesus de Nazaré, quando muito, é tido como mais um dos profetas da antiguidade.
As pessoas cristãs têm a figura de Jesus como Senhor e Salvador. A importância de Jesus para a história da humanidade fez com que o tempo se dividisse em antes de Cristo (a.C.) e depois de Cristo (d.C.), tanto que estamos vivendo o ano 2024 d.C.
O povo judeu como não aceita e não reconhece Jesus Cristo como Messias, vive no presente o ano 5784, contagem que fazem tomando por base a criação aproximada do mundo e de Adão e Eva. A celebração da passagem de ano novo para os judeus, salvo engano, ocorre no mês de setembro.
Enfim, devemos respeitar todas as religiões. Todavia, necessário termos em vista que o judaísmo não é cristianismo e que o cristianismo não é judaísmo.
Seria importante esclarecer nas igrejas cristãs, com toda a didática e respeito que o caso comporta, que para os judeus Jesus de Nazaré não é Senhor e Salvador e, sim, tão só um profeta. Que Jesus de Nazaré não é o Filho Unigênito de Deus. Que Jesus de Nazaré não é o Messias que o povo judeu esperava. Que os ensinamentos de Jesus contidos nos quatro evangelhos não são estudados e reconhecidos pelos judeus. Que os judeus seguem unicamente os ensinamentos de Moisés e que, nem por isso, devem ser desrespeitados.
Devemos respeitar a fé de cada um, incluindo, é lógico, a fé e a cultura do povo judeu.
Respeitarmos seus dogmas e suas cren ças. Todavia, mister esclarecimentos para não haver conflitos e misturas indevidas de religiões que se baseiam em regras e ensinos diversos, diametralmente
opostos.
Armando Bergo Neto é advogado e ex-Procurador Geral da Câmara Municipal de Campinas