Eu tenho 48 senhas cadastradas em sites, aplicativos e serviços. Decorar todas, para mim, seria muito difícil. De acordo com uma pesquisa Ipec encomendada pelo C6 Bank, essa dificuldade acompanha também outros brasileiros. Segundo o levantamento, 9% das pessoas não costumam lembrar das senhas que utilizam no dia a dia na internet.
A pesquisa foi feita entre os dias 7 e 16 de fevereiro com 2000 pessoas das classes ABC com acesso à internet. A margem de erro é de dois pontos percentuais. Caso contemplasse as classes D e E, metade da população do país, minha aposta é que o levantamento mostraria um número de pessoas ainda maior com dificuldade de gerenciar as senhas do dia a dia.
A pesquisa também mostra que quase um quarto das pessoas anotam as palavras-passe em um papel ou outro lugar. Entre os brasileiros com mais de 60 anos, esse percentual sobe para 33%.
Outra conclusão é que 13% dos entrevistados, na maior parte das vezes que navegam na internet e precisam fazer login, clicam em “esqueci minha senha” e escolhem outra palavra-passe. Outros 27% afirmam que em uma pequena parte das ocasiões em que navega na internet precisa reconfigurar a senha e 60% dizem lembrar a senha na maior parte das vezes.
Para os que lembram a palavra-passe na maior parte das vezes, fica um alerta: não se deve usar a mesma senha em todos os sites, aplicativos e serviços. É comum encontrar usuários que elegem algumas poucas combinações de números e letras e as reusam em múltiplos sites e serviços. Embora esse artifício ajude a memória, ele também facilita a vida do fraudador.
Vale mais um alerta: sempre que possível, configure o fator de dupla autenticação. É uma segunda camada de proteção importante, porque protege o consumidor mesmo nos casos em que a senha foi comprometida. Escolha senhas fortes. A pesquisa indica que 33% das pessoas das classes ABC com acesso à internet, quando precisam criar uma senha na internet ou aplicativo, só às vezes optam uma combinação que contenha letra maiúscula, caractere especial e número. E 4% dos entrevistados dizem nunca criar senhas com essas características.
Para mim, o que funciona melhor é adotar um gerenciador de senhas. É possível gerar combinações aleatórias para cada aplicativo ou serviço, o que diminui as chances de acesso indevido. Segundo a pesquisa Ipec, só 12% das pessoas das classes ABC com acesso à internet usam essa ferramenta.
José Luiz Santana é chefe de cibersegurança no C6 Bank