26 de junho de 2022
O SEU PORTAL DE NOTÍCIAS, ANÁLISE E SERVIÇOS
  • ANUNCIE
  • WHATSAPP
Sem Resultados
Ver todos os resultados
Informação e análise com credibilidade
  • ÚLTIMAS
  • CIDADE E REGIÃO
  • COLUNISTAS
  • ARTE E LAZER
  • OPINIÃO
  • ESPORTES
  • EDUCAÇÃO
  • GERAL
  • INTERNACIONAL
  • MEMÓRIA
  • ÚLTIMAS
  • CIDADE E REGIÃO
  • COLUNISTAS
  • ARTE E LAZER
  • OPINIÃO
  • ESPORTES
  • EDUCAÇÃO
  • GERAL
  • INTERNACIONAL
  • MEMÓRIA
Sem Resultados
Ver todos os resultados
Informação e análise com credibilidade
Sem Resultados
Ver todos os resultados

Artigo: Linguagem inclusiva: da vida para a língua – por Vivian Rio Stella

Redação Por Redação
6 de julho de 2021
em Opinião
Tempo de leitura: 3 mins
A A
Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Todes, todxs, tod@s, todas e todos. O uso do chamado “gênero neutro” está acontecendo em empresas, universidades, escolas, algo que vem ocorrendo há alguns anos e foi impulsionado, principalmente, pelas redes sociais e publicidade. Marcas que se posicionam como mais modernas, inclusivas e com políticas de diversidade decidem pelo uso de ‘e’, ‘x’ e ‘@’ em vez de usar marcadores de masculino e feminino, para contemplar os indivíduos não binários que não se identificam com os dois gêneros pré-definidos.

Na área acadêmica, por exemplo, o uso de “car@s” em e-mails e documentos ocorre há pelo menos dez anos.

Em outros contextos, disseminou-se o uso do “x”. Quais são os problemas dessas duas marcações? Qualquer dispositivo que se valha de áudio não consegue identificar o som a ser pronunciado ao se deparar com “todxs”. Então, passou-se a adotar a forma ‘e’ para marcar o “gênero neutro”.

Esse breve percurso não se pretende científico, mas aproveito o espaço para esclarecer o papel do linguista, cientista da linguagem, pouco consultado quando a polêmica surge ou quando empresas e outras instituições decidem ou não pelo uso da linguagem inclusiva.

Nosso papel como estudiosos dos fenômenos da língua não é ser normativo para determinar se devemos usar uma forma ou outra, mas sim estudar como é a ocorrência desses marcadores nas suas mais variadas formas, contextos de fala ou escrita, tipos de palavras em que a variação ocorre e articular com o sistema da língua.

Vale pontuar também que nada é neutro em linguagem, por isso você lê o termo “gênero neutro” neste texto marcado entre aspas. Quando uma marca escolhe usar o ‘e’ em palavras de seus posts, comunicados ou campanhas, ela se filia a um discurso inclusivo, em prol da diversidade. Há, inclusive, empresas que usam o “todes”, mas que não tem políticas inclusivas efetivas, não só para LGBTQIA+, mas também para as mulheres, os negros, as pessoas com deficiência.

E essa é sempre a ponderação que faço quando sou consultada sobre usar ou não o “e”: em que medida há práticas inclusivas e em que medida é só colocar esse marcador não binário na língua e o discurso não refletir a prática? Porque o essencial é que a escolha linguística acompanhe as práticas culturais da instituição e da sociedade como um todo.

O tema do tal “gênero neutro”, que, na verdade, é sobre linguagem inclusiva é, no mínimo, polêmico, porque ainda existe um imaginário de que a língua é imutável, como se ela fosse uma joia preciosa, muito associada à gramática e a chamada “norma culta”.

Como Marcos Bagno e tantos outros linguistas afirmam, a língua não pode ser usada como instrumento de exclusão. A língua é viva, complexa, inclusiva, diversa, uma atividade interativa e, portanto, feita pelos falantes nos contextos de uso.

Negar ou criticar os usos é assumir uma postura normativa em relação à língua. Especificamente, sobre o uso de termos inclusivos e marcadores não binários nas palavras, é importante pontuar que, desde 2005, circulam documentos elaborados por órgãos públicos de diferentes estados que estimulam uma linguagem menos excludente.

Língua e sociedade caminham e se transformam mutuamente e as escolhas linguísticas não são um retrato, mas um trato do mundo.

Ao escolher por “todes”, “todas e todos” ou “todos”, revelamos nossa visão de mundo, nossa forma de lidar com ele, por meio das palavras, a identidade que queremos projetar para as pessoas com quem interagimos.

Não há neutralidade no uso da língua, o que precisa haver são práticas inclusivas, menos preconceito e julgamento, mais abertura às mudanças na língua e na sociedade. Discutir o uso de “todes” é a ponta do iceberg.

Vivian Rio Stella é doutora em linguística pela Unicamp, com pós-doutorado pela PUC-SP, especialista em comunicação, idealizadora da VRS Academy, professora da Casa do Saber, da Aberje e da Cásper Líbero. 

Tags: ArtigocomunicaçãoexpressõesHora CampinasinclusãolinguísticaOpinião
CompartilheCompartilheEnviar
Redação

Redação

Plataforma multimídia de notícias, análise e serviço

Notícias Relacionadas

Foto: Roncon&GraçaCom/Divulgação

Artigo: Direito Autoral em tempos de compartilhamento – por Clara Toledo Corrêa

26 de junho de 2022
Foto: Divulgação

Artigo – Em ano eleitoral, vale investir na Petrobras? – por Rogério Araújo

25 de junho de 2022
Foto: Divulgação

Artigo: Mercado de trabalho para alta gerência – por Adilson Mirante

24 de junho de 2022

Aborto em debate: Que seja tomada a melhor decisão para a menina – por Francisco Gomes Júnior

23 de junho de 2022

Aborto em debate: O que são 22 semanas? – por Fábio Henrique Prado de Toledo

23 de junho de 2022

Artigo: Magia, milagre e modéstia – por Joaquim Zailton Motta

22 de junho de 2022

Quer apoiar o jornalismo do Hora?
Clique ou faça a leitura do QRCode

Populares

  • Evento no Taquaral: apresentações das bandas acontecem entre inspiradoras histórias de superação e preleção de oradores - Foto: Divulgação

    Praça Arautos da Paz recebe evento ‘Voltando a Sonhar’

    0 Compartilhamentos
    Compartilhe 0 Tweet 0
  • Assalto dentro do Shopping D. Pedro provoca pânico e correria entre clientes

    0 Compartilhamentos
    Compartilhe 0 Tweet 0
  • Programe-se: temporada de festas juninas de clubes e paróquias já começou

    0 Compartilhamentos
    Compartilhe 0 Tweet 0
  • Parada LGBT espera 20 mil em Campinas; veja o que muda no trânsito

    0 Compartilhamentos
    Compartilhe 0 Tweet 0
  • 3ª Expo Gatos será realizada em Sorocaba no final de junho

    0 Compartilhamentos
    Compartilhe 0 Tweet 0
Hora Campinas

Somos uma startup de jornalismo digital pautada pela credibilidade e independência. Uma iniciativa inovadora para oferecer conteúdo plural, analítico e de qualidade.

Seja um apoiador do Hora Campinas

VEJA COMO

Editor-chefe

Marcelo Pereira
marcelo@horacampinas.com.br

Editoras de Conteúdo

Laine Turati
laine@horacampinas.com.br

Maria José Basso
jobasso@horacampinas.com.br

Editor de Fotografia

Leandro Ferreira
fotografia@horacampinas.com.br

Reportagem multimídia

Eduardo Martins
eduardo@horacampinas.com.br

Francisco Lima Neto
francisco@horacampinas.com.br

Gustavo Magnusson
gustavo@horacampinas.com.br

Para falar com a Redação:

E-mail

redacao@horacampinas.com.br

WhatsApp

(19) 9 8282-2651

Departamento Comercial

comercial@horacampinas.com.br

Noticiário nacional e internacional fornecido pela Agência Brasil, Lusa News e ONU News

  • ANUNCIE
  • WHATSAPP

Hora Campinas © 2021 - Todos os Direitos Reservados - Desenvolvido por Farnesi Digital.

Sem Resultados
Ver todos os resultados
  • ÚLTIMAS
  • CIDADE E REGIÃO
  • COLUNISTAS
  • ARTE E LAZER
  • OPINIÃO
  • ESPORTES
  • EDUCAÇÃO
  • GERAL
  • INTERNACIONAL
  • MEMÓRIA

Hora Campinas © 2021 - Todos os Direitos Reservados - Desenvolvido por Farnesi Digital.

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In

Add New Playlist