No último domingo (7), terminaram as Paralimpíadas de Paris. Ao longo dessas semanas, vibrar com os resultados foi a parte boa e inacreditável do dia – concorrendo com outras notícias igualmente inacreditáveis.
As sementes que deram origem às Paralimpíadas foram plantadas em 1948, quando o médico alemão Ludwig Guttmann criou um evento esportivo para ajudar deficientes físicos na recuperação de traumas do pós-guerra.
Em 1960, em Roma, aconteceu a 1ª edição das Paralimpíadas. De lá para cá, foram incluídas outras deficiências, físicas e mentais, foi criada a governança do Comitê Paralímpico, e o evento se tornou o maior símbolo de inclusão, respeito e reconhecimento à diversidade. Há muitas outras histórias e curiosidades que valem a pena conhecer. Algumas podem ser conferidas, por exemplo, no https://mundoeducacao.uol.com.br/educacao-fisica/paralimpiadas.htm
O Brasil participou pela primeira vez em 1972, com a equipe de basquete em cadeira de rodas. Neste último domingo, terminamos a edição de 2024 em 5º lugar, com 89 pódios (meta estabelecida em 2016), depois de enviarmos uma delegação com 280 atletas, sendo 117 mulheres.
Mais do que medalhas e recordes mundiais – que já são emocionantes –, esses atletas se tornaram exemplos de superação, autoestima e resiliência, inspirando não apenas pessoas com deficiência, mas todos nós. E como estamos precisando de bons exemplos!
Com esse resultado, os atletas não foram “os incluídos”; ao contrário, foram eles que nos incluíram, colocando o Brasil na história do esporte e das Olimpíadas. Seus esforços foram reconhecidos, seus méritos destacados. Enfim, deu certo.
Por isso, precisamos encontrar a resposta para a pergunta: Por que deu certo?
Isabela Pascoal Becker é diretora executiva da Fundação Educar e diretora de sustentabilidade da Daterra