A Assembleia Geral dos servidores municipais de Campinas para votar a proposta de reajuste salarial oferecida pela Prefeitura Municipal, nesta quarta-feira (15) à noite, provocou descontentamento entre os cerca de 600 participantes e congestionou o trânsito na região do Paço. O entrave ocorreu porque a oferta da Prefeitura foi recusada por parte dos servidores e, segundo o sindicato, aceita pela Assembleia Geral.
O carro de som do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal foi bloqueado pelos manifestantes no cruzamento das avenidas Anchieta e Benjamin Constant, pouco depois das 18h, causando congestionamentos na região central.
A manifestação começou após o sindicato ter confirmado a concordância com a proposta da Administração, mesmo com a maioria dos participantes da assembleia, segundo servidores, ter votado contra o reajuste oferecido e a favor da greve.
A Prefeitura de Campinas ofereceu 15% de reajuste aos servidores, sendo 12,13% retroativo a maio e 2,87% em janeiro. A proposta também aumenta o valor do vale-alimentação dos ativos, que passará para R$ 1.350,00, também retroativo a maio. Para os aposentados que recebem até três pisos, o auxílio nutricional passará de R$ 209,34 para R$ 221,23, um reajuste de 5,68%. O benefício já havia sido reajustado em 20% este ano.
Os servidores pediam 25,68% de aumento salarial, e o mesmo índice para vale-alimentação e o auxílio-nutricional, entre outras reivindicações.
“A perda salarial acumulada é de 40,2%, esse índice de 25,68% já é um valor rebaixado que o sindicato calculou”, reforça Francisco Mogadouro, do Coletivo Trabalhadoras em Luta (oposição sindical). “A maioria dos servidores votou contra aproposta da Prefeitura, mas o sindicato decidiu pela aprovação”, denuncia.
“O reajuste proposto cobre a inflação do governo Dário Saadi, ou seja, o período de janeiro de 2021 a maio de 2022”, explicou o vice-prefeito, Wanderley de Almeida. “Nossa proposta também contempla outras pautas, como a implantação de um plano de medicamentos para ativos e inativos, pago a quem recebe até três pisos; o pagamento de um bônus para os profissionais da educação, no limite de uma folha da Pasta; e a antecipação da primeira parcela do 13º para julho”, completou.
O Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Campinas (STMC) informou, por meio da assessoria de imprensa, que os servidores aceitaram a proposta da Prefeitura de Campinas e que a campanha salarial do ano de 2022 está encerrada.
“Além do aumento nos salários, o vale-alimentação que passará para R$ 1.350,00 e o auxílio-nutricional será de R$ 221,23. A proposta da Pauta Econômica prevê ainda a criação de um plano de medicamentos, auxílio-funeral que sobe de R$ 3 mil para R$ 4 mil, pagamento da primeira parcela do 13º salário em 30 de julho e cumprimento da Lei Federal nº 191/2022 que permite a contagem de tempo que foi congelada na pandemia para pagamento de benefícios aos servidores da Saúde e GM. Os servidores da Educação deverão receber um bônus do Fundeb, cujo valor será definido no segundo semestre. Os trabalhadores da Saúde terão um aumento no Prêmio de Produtividade beneficiando, principalmente, quem ganha menos. O valor mínimo que era de R$ 14,00 passará para R$ 100,00. Médicos poderão receber mais de R$ 4 mil”, informou o sindicato.