Auditores Fiscais da Receita Federal da Regional de Campinas participam nesta quinta-feira (23() de assembleias telepresenciais em que poderão decidir sobre greve da categoria ou instituição de operação padrão na aduana (alfândega) – uma decisão que pode atingir diretamente o aeroporto de Viracopos.
A aduana é é o setor responsável por controlar a entrada e saída de mercadorias para o exterior ou provenientes de outros países. A aduana também é encarregada por cobrar os tributos incidentes desses produtos.
De acordo com nota distribuída pelo Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal, a pauta prevista das assembleias é para decidir pela paralisação da categoria e para referendar a entrega de cargos, que já está ocorrendo desde terça-feira (21).
A assembleia também definirá se a categoria partirá para a operação padrão na Aduana, se adotará o desligamento dos projetos nacionais e regionais e o não preenchimento de relatórios gerenciais.
A manifestação dos auditores é uma reação à decisão do governo que cortou recursos do orçamento anual da Receita para viabilizar aumento de salários para os policiais. Além disso, o governo deixou de cumprir um acordo para a implantação de um bônus por eficiência.
Em sinal de protesto, cerca de 500 auditores entregaram os cargos em todo o País. Na delegacia sindical de Campinas e Jundiaí foram 37 cargos entregues. Dezoito em Viracopos, sete na regional de Jundiaí e 12 na DRF Campinas. De acordo com a nota do sindicato, a entrega de cargos envolve o compromisso de que ninguém irá ocupar o cargo que o outro entregou.
Reação
A categoria se considerou desprestigiada com a decisão do governo federal de oferecer R$ 1,9 bilhão do orçamento de 2022 para aumento de salário dos policiais e, ao mesmo tempo, adotou um corte de quase R$ 700 milhões do orçamento da receita, que deveriam ser destinados para a gestão de soluções de informática, como softwares ligados à mecanismos de arrecadação e gestão do imposto de renda. A proposta orçamento original para esse fim era de R$ 1,3 bilhão.
“Esses cortes são um indicativo de desprestígio da categoria”, disse o diretor do sindicato na regional de Campinas, José Carlos Ferreira. “O bônus também está na pauta, mas isso é coisa que vem de cinco anos, que estamos à espera de regulamentação”, acrescentou.