O presidente Jair Bolsonaro (PL) atacou nesta sexta-feira, em Americana, o acordo entre o WhatsApp e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para que a nova ferramenta do aplicativo que permite grupos com milhares de pessoas só comece a funcionar no Brasil após o segundo turno das eleições.
“E já adianto que isso que o WhatsApp está fazendo no mundo todo, sem problema. Agora, abrir uma excepcionalidade no Brasil, isso é inadmissível e inaceitável”, disse Bolsonaro em meio a uma motociata, que saiu da Capital no início da manhã e terminou na região de Campinas.
O evento, chamado oficialmente de Acelera para Cristo 2, de inspiração evangélica, obrigou ao fechamento da Rodovia dos Bandeirantes, gerando congestionamento na Rodovia Anhanguera.
“Não vai ser cumprido esse acordo que porventura eles realmente tenham feito com o Brasil com informações que eu tenho até esse momento.”
Depois, em discurso em Americana diante de milhares de simpatizantes na cidade e de participantes da motociata, o presidente repetiu os ataques, falando em “discriminação” e “acordo sem validade”. “Censura, discriminação, isso não existe. Ninguém tira o direito de vocês nem por lei quem dirá por um acordo. Esse acordo não tem validade”, disse, ao repetir que todos devem “jogar dentro das quatro linhas” da Constituição.
“O Brasil seguirá livre custe o que custar.”
A fala do presidente se refere ao fato de o WhatsApp ter lançado na última quinta (14), em estágio experimental, um novo recurso chamado comunidades, que funcionará como um guarda-chuva abrigando vários grupos com milhares de usuários.
Hoje, cada grupo de WhatsApp tem, no máximo, 256 integrantes.
O WhatsApp se comprometeu com o TSE a não estrear as “comunidades” no Brasil antes do eventual segundo turno da eleição presidencial, marcado para 30 de outubro.
A motociata reuniu cerca de 3.700 motos, segundo dados do pedágio da Rodovia dos Bandeirantes.