Março, mês de conscientização contra o bullying, marca o lançamento da primeira associação do Brasil para atendimento às vítimas desse tipo de violência. A SOS Bullying – Associação de Serviço, Orientação e Suporte às Vítimas de Bullying foi criada para ser um ponto de apoio às pessoas e famílias que sofrem com o bullying em todo o país.
Caracterizado como perseguição sistemática de uma ou mais pessoas contra uma vítima, o bullying foi incluído no Código Penal brasileiro em janeiro de 2024 e pode render pena de reclusão de até quatro anos aos seus autores.
O assunto também é tema da Lei 13.185/2015, que institui o Programa Nacional de Combate à Perseguição Sistemática (Bullying), e prevê medidas que devem ser adotadas pelas instituições para prevenir a ocorrência de casos.
Apesar das legislações, os casos de bullying são frequentes no Brasil e são a justificativa da maioria dos ataques violentos realizados em escolas em todo o mundo.
Fundadora e primeira presidente da SOS Bullying, a advogada Ana Paula Siqueira explica a dimensão que o problema tomou para a sociedade. “Hoje o bullying é uma questão educacional, familiar, de segurança pública e de saúde mental”, diz. A presidente tem mais de 20 anos de trabalho na área, é autora de um livro de comentários à Lei do Bullying, doutoranda da PUC São Paulo em cyberbullying e avalia que a imersão de jovens no mundo digital ampliou o problema.
“Se antes o jovem encontrava refúgio em casa, hoje, 24 horas conectado, ele é atingido pelo bullying em todo lugar, o tempo todo”. Além da orientação às vítimas, a SOS também fará um trabalho preventivo junto às escolas para conscientizar da necessidade de existir um programa permanente de combate ao bullying.
A entidade já conta com projetos de conscientização que envolvem esportes, escolas e ações nas ruas e redes sociais. “Podermos lançar a SOS publicamente em março, no mês do combate ao bullying, é um marco para nós”, explica Ana Paula.