Campinas ocupa a segunda posição do ranking das cidades onde há mais roubos de motocicletas no estado de São Paulo. O levantamento faz parte do Boletim Econômico Tracker-Fecap, baseado nos números da Secretaria de Segurança Pública. O estado registrou 33.394 ocorrências de roubos/furtos envolvendo motocicletas no ano de 2021, o que significa um roubo ou furto a cada 16 minutos.
O ranking que traz o detalhamento do número de ocorrências por cidade mostra que na categoria roubos (ocorrência com ameaça e violência), Campinas só fica atrás da Capital em notificações. Foram 829 registros em 2021, contra 697 em 2020, uma alta de quase 19%. Guarulhos aparece na terceira posição, à frente de São Bernardo do Campo.
Na categoria furto (sem violência ou ameaça à vítima), a Capital lidera, seguida pela cidade de Santos. Campinas vem em terceiro lugar, com 590 ocorrências, aumento de 70% na comparação com 2020, quando ocorreram 347 furtos no município.
Os números de Campinas vão contramão da média do estado. Enquanto o total de furtos 26,91% em 2021 na comparação com o ano anterior, em Campinas o aumento foi de 70%. Já os roubos apresentaram queda de 6,35% na média estadual, mas em Campinas houve aumento de 19%.
“O comércio ilegal de peças usadas movimenta diretamente a prática de roubo e furto de veículos. Com o envelhecimento da frota de motocicletas, é natural a necessidade de reposição de peças, porém devido aos preços mais elevados das montadoras, muitos brasileiros acabam recorrendo a este ‘mercado paralelo’, fomentando assim o setor e contribuindo para o aumento do número de delitos”, analisa o coordenador do Centro de Operações do Grupo Tracker, Vitor Correa.
O Departamento de Pesquisas em Economia do Crime da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) ressalta a mudança no comportamento dos criminosos durante a pandemia, que estão cometendo os delitos inclusive em locais de acesso restrito.
“Entre 2019 e 2021 é possível observar uma mudança significativa de alguns dos principais locais de furtos. Por exemplo, o número de ocorrências em ‘Garagem/Abrigo de Residência’, em 2019, correspondia a 162 furtos. Em 2021, saltou para 815, um crescimento de 403,09”, afirma o coordenador do Departamento, Erivaldo Costa Vieira.
No ano passado, os roubos aconteceram de forma bem dividida entre os dias da semana, com leve destaque para as ocorrências nas sextas-feiras (15,50%). Os furtos, por sua vez, apresentaram comportamento um pouco diferente, com maior concentração de eventos no meio da semana – destaque para as terças (17,19%), quartas (17,59%) e quintas (17,93%).
Modelos e marcas mais visados
Das 20.532 motos furtadas em 2021 no estado, 72,86% (14.960) foram da marca Honda, o que representa um aumento de 32,30% frente a 2020. Em seguida vem a marca Yamaha, com 13,61% dos furtos. No caso dos roubos, o comportamento é semelhante, com concentração por parte de modelos Honda. Das 12.862 motos roubadas em 2021, 56,95% foram desta montadora, enquanto 17,93% eram motos Yamaha.
Os modelos mais visados pelos bandidos em 2021 foram Honda CB 500 (201 roubos e 36 furtos); Triumph Tiger — todas as cilindradas — (163 roubos e 12 furtos); Honda CB 600 Hornet (107 roubos e 33 furtos); BMW G650GS (56 roubos e 66 furtos); e Yamaha XJ6 (50 roubos e 10 furtos).