O aumento de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por gripe (vírus Influenza) em Campinas preocupa as autoridades em saúde e reforça a importância da vacinação como medida preventiva contra a doença, sobretudo para grupos considerados prioritários.
No comparativo entre todo o ano de 2023 e 2024 – no balanço até outubro – o número de casos cresceu de 167 para 290, e o número de mortes subiu de 12 para 23.
O grupo prioritário é formado por crianças, idosos, gestantes e puérperas. Desde 2 de maio, contudo, todas as pessoas a partir de 6 meses podem tomar a dose contra gripe.
A dose é segura, reforçam os especialistas. Neste ano protege contra o Influenza A (H1N1 e H3N2) e B/Victoria, e continua disponível nos 68 centros de saúde (CSs) da cidade.
De janeiro a outubro deste ano, a Secretaria de Saúde de Campinas registrou 290 casos de SRAG por Influenza em Campinas: 248 pela Influenza A e 42 pela B. Em 2023 foram 167 casos, 115 pela Influenza A, 49 pela B, e em três casos não foi identificado o tipo do vírus Influenza.
Em relação ao total, 158 pessoas tinham comorbidades, e 132 não apresentavam. Neste grupo, 180 foram vacinadas, 34 não, e a Saúde não localizou informações de 76 pessoas. No comparativo com 2023, em relação ao total de casos, 94 pessoas tinham comorbidades, e 73 não apresentavam. Neste grupo, 12 foram vacinadas, 35 não, e a Saúde não localizou informações de 120 pessoas.
Em 2024, até outubro, a cidade registrou 23 óbitos provocados pela doença: 21 por Influenza A e dois pela B. Sobre este grupo, 21 pessoas tinham comorbidades, e duas não. Além disso, 18 destes residentes não tinham sido vacinados, enquanto cinco receberam o imunizante, detalha a Pasta.
Já em todo o ano de 2023, foram 12 óbitos: cinco por Influenza A e sete pela B. Sobre este grupo, oito pessoas tinham comorbidades, e quatro não. Além disso, 11 destes residentes não tinham sido vacinados, enquanto um recebeu o imunizante.
Campanha
A campanha de imunização em Campinas ocorreu por aproximadamente quatro meses, conforme diretrizes do Estado e do Ministério da Saúde. A Secretaria de Saúde também realizou ações externas, incluindo shopping, para facilitar o acesso às doses.
Houve ainda um Dia D de vacinação contra a doença e, além disso, a Pasta promove capacitação periódica das equipes sobre diagnóstico e assistência aos pacientes.
O que mudou?
“A diferença pode ser explicada por fatores como aumentos da circulação dos vírus e da exposição das pessoas que seguem cada vez menos as medidas de prevenção como evitar aglomerações, limpeza de superfícies e das mãos, além das baixas coberturas vacinais. Neste ano, apenas 54,34% dos idosos se vacinaram, ou seja, quase metade dos nossos idosos está sem vacina. Os demais grupos de risco também estão com muitas pessoas sem vacinar. Quanto ao aumento de óbitos, ele foi proporcional ao aumento dos casos em geral, mas observamos as mesmas características nos dois anos. Foram 7,9% de óbitos entre os casos de influenza em 2024, e 7,2% em 2023. A grande maioria dos óbitos ocorreu em pessoas com comorbidades, 66,6% em 2023, e 91,3% em 2024. E sem vacinação foram 91,6% em 2023, e 78,2% em 2024. Este fato reforça a importância da vacinação nos grupos prioritários”, avalia a médica pediatra Elda Motta, da Secretaria de Saúde.