O assassinato de Carla Cristiane Ramos da Silva, de 31 anos, pelo companheiro Felipe Domiciano Vieira, de 29, na noite desta terça-feira (15), eleva para cinco o total de vítimas de feminicídio em Campinas nos três primeiros meses do ano. Em 2021, no mesmo período, o município não registrou nenhum.
Carla foi morta no Jardim Guarani, a golpes de faca, por Felipe, que em seguida tentou o suicídio. Segundo a Guarda Municipal, que atendeu a ocorrência, depois de cometer o crime, ele manteve o corpo da mulher na residência por algumas horas. Depois ligou para um familiar para pedir desculpas pelo crime.
“O parente acionou então a GM e, quando a equipe chegou no local, encontrou a mulher morta e o homem ferido. Ele foi levado pelo Samu até o Hospital Mário Gatti para ser atendido”, informou a corporação. O caso foi apresentado na 2ªDDM. De acordo com a assessoria do Hospital Mário Gatti, o autor do crime não corre risco de morte.
Os outros quatro casos de feminicídio ocorreram em Campinas em janeiro, no intervalo de menos de 24 horas. Manuella Bernardes Santana, de 3 anos, Claudia Bernardes Santos, de 34, e Creuza Aparecida Bernardes, de 71, foram mortas com golpes de pá e enxada entre a noite do dia 17 e a madrugada do dia 18. Miqueias da Silva Santana, de 30 anos, era pai de Manuella, marido de Cláudia e genro de Creuza.
No dia 18, à tarde, Geucirlene Barbosa de Oliveira, 39 anos, foi morta pelo namorado Felipe Gomes de Oliveira, de 30 anos, foragido da justiça, na casa onde moravam, no Jardim Itatinga.
Nos três casos, os autores dos assassinatos confessaram o crime. O suspeito do feminicídio desta terça-feira teria telefonado para o pai antes de tentar o suicídio e afirmado que fez “uma besteira”. O pai da vítima informou à polícia que ela já havia sido agredida por Felipe e que tinha se mudado de cidade para ficar longe do companheiro, porém, voltou a Campinas por insistência dele.
No triplo feminicídio, o autor confessou que agrediu sua esposa, sogra e filha com golpes na cabeça. Por volta das 9h, ligou para a Polícia Militar (PM) relatando o que fez. Durante a prisão, policiais contaram que o homem estava calmo e não demonstrava arrependimento pelos assassinatos. Ele estava em processo de separação da esposa.
No feminicídio do Jardim Itatinga, o foragido da Justiça, segundo a Polícia Civil, parou uma viatura da Polícia Militar (PM) que passava pela rua e informou que a mulher estava morta na casa em que eles viviam.