Prorrogada duas vezes, a Campanha contra a Pólio e Multivacinação atingiu apenas 50% do público-alvo em Campinas, quando a meta era imunizar 95%. A baixa cobertura acompanha a média nacional e, como já alertaram especialistas, pode significar a volta de doenças erradicadas. A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) notificou ao Ministério da Saúde que investiga uma suspeita de paralisia infantil em um menino de 3 anos de idade, do município de Santo Antônio do Tauá, no nordeste do estado.
A suspeita se dá devido à detecção do poliovírus nas fezes do paciente, em exame realizado diante da apresentação de sintomas como paralisia nos membros inferiores. Em comunicação de risco do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde, a secretaria pondera que outras hipóteses diagnósticas não foram descartadas, como Síndrome de Guillain Barré.
A obtenção de altas coberturas vacinais foi essencial para que a doença fosse eliminada do Brasil. A paralisia infantil teve seu último caso reportado no país em 1989, e, no ano de 1994, o continente americano recebeu a certificação de área livre de circulação do Poliovírus selvagem da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Mesmo assim, a queda das coberturas vacinais contra a doença que se repete desde 2016 têm gerado alertas de especialistas de que o país poderia voltar a registrar casos de pólio, que pode causar morte e sequelas motoras irreversíveis.
Segundo o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), as doses previstas para a vacina intramuscular contra a pólio atingiram a meta de 95% do público-alvo pela última vez em 2015, quando a cobertura foi de 98,29% das crianças nascidas naquele ano.
Desde o início da estratégia de vacinação em Campinas, em 8 de agosto, até quarta-feira (5), 29.659 crianças foram vacinadas contra pólio, o que representa uma cobertura de 50%. A meta é vacinar 95% de 58.813 crianças de 1 a 4 anos.
Em relação às demais vacinas, 13.721 menores de 1 ano compareceram às unidades, sendo que 11.256 atualizaram as carteiras. Entre as pessoas com idade de 5 a 14 anos, 16.651 compareceram às unidades e 8.370 regularizaram as doses atrasadas.
As vacinas são aplicadas em 66 centros de saúde (o CS Boa Esperança não faz a vacinação). As salas de vacinas abrem às 8h e encerram o atendimento 30 minutos antes do fechamento da unidade.
A Campanha contra a Pólio e Multivacinação está prevista para terminar em 31 de outubro.