Outubro terminou neste domingo com uma boa notícia relacionada ao clima. O mês registrou chuva acima da média. Entre 1 e 31 de outubro, de acordo com dados preliminares do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), ligado à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), choveu aproximadamente 121,7mm. A média para o mês é de 111,9mm.
Dados disponibilizados no site do Cepagri informam que houve precipitação em 17 dias do mês. A data de maior volume foi o dia 15, uma sexta-feira, com 22,6mm.
Esse cenário, embora não seja suficiente para reverter completamente o quadro de escassez hídrica no Sudeste, acabou contribuindo de forma importante para evitar que houvesse ainda mais perdas nos reservatórios. Represas que são utilizadas para abastecimento tiveram nos últimos dias um incremento em seu volume armazenado. Esses mananciais funcionam, na verdade, como uma espécie de esponja, absorvendo e eliminando de forma praticamente simultânea, derivada do consumo, calor e de sua recomposição regular por conta das chuvas.
Elas foram importantes também para irrigar plantações e ajudar a recompor córregos e rios, que desaguam nos reservatórios de grande capacidade.
Cantareira
É o caso do conjunto de represas do Cantareira, que ajuda a abastecer a Grande São Paulo e a região de Campinas. O sistema é formado pelas represas Paiva Castro, Águas Claras, Cachoeira, Atibainha, Jaguari e Jacareí. Parte delas pode ser vista às margens da Rodovia D. Pedro 1, nas cidades de Igaratá e Nazaré Paulista, nos dois sentidos da estrada.
Desde o último dia 25 de outubro, ela opera em estabilidade, sem perda ou ganho significativo. Isso é resultado do equilíbrio entre chuva e consumo.
Neste domingo, segundo dados da Sabesp, o Cantareira apresentava um índice de 28,1%. Nos últimos sete dias, ele ganhou 0,10% da sua capacidade máxima, o que corresponde a 98 milhões de litros, que são equivalentes a 4.910 caminhões pipa de 20 mil litros.
A chuva está ajudando o Cantareira. De acordo com dados da Sabesp, a pluviometria deste domingo na região das represas foi de 6,8mm. A pluviometria acumulada no mês alcançou 166mm, acima da média (122.3mm). A tendência é que o armazenamento dos reservatórios se encorpe, considerando as águas que ainda chegarão pelas encostas da Serra da Mantiqueira.
Furnas
Informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), disponibilizadas no site da plataforma Climatempo, apontam que Furnas tem se recuperado nos últimos dias, após registrar o menor nível deste ano nos dias 1 e 2 de outubro, com 13,60%. Mas com as chuvas que vêm ocorrendo de maneira mais regular pelo Sudeste e região central do País, o cenário se aliviou, elevando o nível dos reservatórios para 17,22% em 27 de outubro.
Furnas, portanto, registrou aumento de 3,62% em seu volume armazenado entre 1 de outubro e 27 deste mês.
Marimbondo
Uma usina que tem merecido atenção dos técnicos é a de Marimbondo, localizada no Rio Gande, entre as cidades de Icém (SP) e Fronteira (MG), próximo à divisa dos dois estados. Ela opera numa região estratégica, e tem a segunda maior potência instalada dentre as usinas de Furnas, segundo a Eletrobras.
Segundo cálculos estimados da ONS, choveu em Icém neste mês de outubro 164,3mm, índice superior à média do mês, que é de 100,5mm).
É o melhor outubro de chuva dos últimos 3 anos.
Nos próximos dias, a chuva aumenta na região das usinas de Marimbondo e de Furnas, entre São Paulo e Minas Gerais. Os volumes tendem a ser bastante elevados, incluindo outras áreas do Sudeste do Brasil. Os acumulados podem ultrapassar mais de 100mm até os primeiros dias de novembro. A expectativa dos especialistas é que essa generosidade se repita neste mês, recompondo os reservatórios em níveis satisfatórios, afastando qualquer possibilidade de crise hidroenergética.